Dos alimentos aos vales em dinheiro. Como ajudar na campanha contra a Fome

Banco Alimentar
[Fotografia: Pedro Correia / Global Imagens]

Banco Alimentar Contra a Fome realiza desta sexta-feira, 1 de dezembro, a domingo, 3, uma nova campanha de recolha de alimentos nos supermercados com o apoio de 40 mil voluntários.

A campanha decorrerá em todo o país sob o mote A sua ajuda pode ser o que falta à mesa de uma família e durante os três dias os voluntários vão estar em mais de duas mil superfícies comerciais a recolher os bens que forem doados, segundo um comunicado da instituição.

Em regra, o Banco Alimentar promove duas campanhas por ano que se destinam a angariar alimentos básicos para pessoas carenciadas, como leite, arroz, massas, óleo, azeite, grão, feijão, atum, salsichas, bolachas e cereais de pequeno-almoço.

Os bens que forem entregues aos voluntários à saída dos supermercados são encaminhados para os diversos armazéns do Banco Alimentar, onde são separados e acondicionados antes de serem distribuídos pelas pessoas com carências alimentares comprovadas.

Até 3 de dezembro há a possibilidade ainda de contribuir com vales disponíveis nas caixas dos supermercados ou através de uma plataforma eletrónica disponível em www.alimentestaideia.pt.

O Banco Alimentar Contra a Fome apela à participação das pessoas “numa altura em que cada vez mais famílias enfrentam dificuldades, em resultado da inflação e, sobretudo, do grande aumento das taxas de juro dos créditos à habitação“.

1,8 milhões de portugueses pobres em 2022

Em declarações em maio à Lusa, a presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, Isabel Jonet, disse que os pedidos de ajuda tinham quase duplicado nos primeiros quatro meses do ano face a 2022.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em dados divulgados esta semana, o número de pessoas em risco de pobreza aumentou para 17% em 2022, e tal sucedeu em todos os grupos etários e afetou “mais significativamente” as mulheres.

Tendo em conta que nesse ano a população portuguesa se contabilizava em 10.444,2 pessoas, significa que quase 1.775.514 eram pobres.

“A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2022, à proporção de habitantes em rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 7.095 euros (591 euros por mês)”, explica o INE.

Segundo o organismo, o aumento da pobreza afetou todos os grupos etários, “embora de forma mais significativa os menores de 18 anos”, entre os quais a pobreza aumentou 2,2 p.p. relativamente a 2021. “A taxa de risco de pobreza dos adultos em idade ativa aumentou 0,4 p.p. e a da população idosa aumentou 0,1 p.p.”, acrescenta o INE.

Segundo o Banco Alimentar, esta primeira campanha nacional deste ano, em maio, recolheu mais de 1.719 toneladas de alimentos com a ajuda de 40 mil voluntários.

Em 2022 foram distribuídas 28.905 toneladas de alimentos a 395 mil pessoas carenciadas. A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares congrega a rede de bancos alimentares nacionais, que totalizam 21.

com LUSA