É seguro continuar a comer salmão?

A Noruega, o segundo país que mais produz salmão no planeta, quis criar, há algumas semanas, um viveiro em mar alto capaz de juntar mais de um milhão de peixes da espécie salmão. Uma estrutura gigante, com uma capacidade de 250 mil metros cúbicos, que imediatamente preocupou os responsáveis por organizações não-governamentais que protegem o meio ambiente, como é o caso da WWF Noruega e da Greenpeace Noruega.

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A preocupação destas organizações centra-se na aquicultura intensiva que, por sua vez, leva à proliferação de piolhos do mar, um dos parasitas responsáveis pela morte do salmão de viveiro. E a tragédia pode ser ainda maior se, por qualquer razão, se der alguma fuga dos salmões do viveiro, acabando por contaminar os restantes peixes selvagens do oceano e tornando-se numa verdadeira ameaça genética (na galeria de imagens acima pode aprender a escolher o salmão mais saudável).

Estas três questões – o mercúrio em excesso, a criação intensiva e as mutações genéticas – levaram vários especialistas franceses a questionar se devemos ou não continuar a consumir salmão. O site Madame Cuisine, um suplemento digital do jornal francês Le Figaro, foi falar com François Chartier, o responsável pelas campanhas para proteção do oceano da Greenpeace em França, e com Ingrid Cano, um pescador de Paris. Ambos concordaram na resposta à tão polémica pergunta: devemos continuar a comer salmão, mas não em excesso.

“Na Greenpeace não queremos incentivar o consumo de uma espécie em vez da outra. O que queremos é que os consumidores comprem com responsabilidade. Se em alguns países as proteínas animais e a pesca, em geral, são essenciais para a sobrevivência e bom desenvolvimento das populações, na Europa as pessoas podem escolher se não querem comer em excesso determinados alimentos“, explicou François Chartier.

Já o pescador aconselha a compra de peixe nos mercados e não nos supermercados. “O produto que vem do pescador não é necessariamente mais fresco e mais duradouro, mas pelo menos podemos perguntar de onde vem o produto”, sublinhou Ingrid Cano.

O ideal é substituir o excesso de proteína animal por leguminosas e cereais e adaptar o consumo de peixe à altura do ano mais propícia para a reprodução de cada espécie.