Efeitos duradouros da Covid podem ser piores do que cancro?

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[Fotografia: Pexels/ Liza Summer]

Os efeitos a longo prazo da Covid-19 serão piores que algumas formas de cancro? Um novo estudo afirma que os sintomas prolongados relativos ao vírus, como a fadiga extrema, pode afetar, de forma significativa, a qualidade de vida, mais do que outras doenças. Os investigadores dizem que a fadiga afeta de forma mais profunda o quotidiano daqueles que lutam com essas condições.

A pesquisa foi publicada no BMJ Open e avaliou o impacto dos sintomas que duram da Covid na vida diária de mais de 3.700 pacientes britânicos. Estes, encaminhados para uma clínica, utilizaram um aplicativo digital como parte do tratamento do Serviço Nacional de Saúde para a doença. A aplicação fornecia questionários aos pacientes para ilustrar por quanto tempo o Covid estava a afetar as suas atividades diárias, cobrindo áreas como a fadiga, depressão, ansiedade, falta de ar, névoa cerebral e a qualidade de vida em geral.

O trabalho, liderado por cientistas da University College London (UCL) e da Universidade de Exeter, descobriu que muitos dos pacientes estavam gravemente doentes. Em média, os dados de fadiga eram piores ou comparáveis aos de indivíduos com anemia relacionada ao cancro ou com doenças renais graves.

Além disso, os dados de qualidade de vida relacionados com a saúde dos pacientes foram mais baixos dos que os indivíduos com cancro metastático avançado, como nos pulmões em quarto estágio. Os investigadores descobriram que o impacto prolongado da Covid nas atividades diárias dos pacientes superava o dos pacientes com AVC e estava no mesmo nível de quem sofre com Parkinson.

Esta descoberta enfatiza a importância da investigação contínua sobre o impacto abrangente do coronavírus na vida das pessoas. Assim, com uma melhor compreensão, a comunidade médica pode arranjar estratégias e recursos para enfrentar estes desafios.