Encontrada substância química ligada ao cancro em produtos para acne

pexels-anna-nekrashevich-6475987
[Fotografia: Pexels/Anna Nekrashevich]

A substância química detetada está presente quer em produtos de venda livre quer aos sujeitos a receita médica. O laboratório independente norte-americano Valisure detetou altos níveis de benzeno, substância cancerígena, em marcas como Clinique, da Estee Lauder, Up & Up, da Target, Clearasil, Proactiv e PanOxyl, entre outros.

Segundo avança a agência noticiosa Reuters, a empresa apresentou procedimento para intentar a recolha e investigação junto da Food and Drug Administration, regulador dos Estados Unidos da América nestas matérias, para análise dos produtos, bem como definir regulamentação, mas ainda não chegou qualquer resposta, segundo avança a imprensa norte-americana.

Esta substância química, que já tinha sido detetada anteriormente em sabonetes líquidos desinfetantes e protetores solares, volta a apresentar-se nestas soluções para a acne, mas em valores distintos dos outros casos, disse fonte oficial da Valisure citada pelos media.

“O benzeno que encontramos em protetores solares e outros produtos de consumo eram impurezas provenientes de ingredientes contaminados. No entanto, o benzeno em produtos de peróxido de benzoílo vem do próprio peróxido de benzoílo”, afirmou o cofundador e presidente da Valisure, David Light, à mesma agência noticiosa.

De acordo com a mesma empresa, os testes do laboratório indicaram que alguns produtos podem formar mais de 800 vezes o limite de concentração de benzeno definido como limite pela FDA.

Segundo a site da especialidade Dermatology Times, a análise incluiu 66 produtos. E se as referências da FDA permitem duas partes por milhão de benzeno, o laboratório reclama ter encontrado 12 vezes mais, fazendo disparar os valores de forma significativa quando os produtos eram testados a temperaturas mais altas como numa casa de banho quente ou num carro.

“Os dermatologistas acordaram esta manhã com notícias chocantes de que o peróxido de benzoílo, amplamente utilizado, sem prescrição médica e de venda livre, se decompõe no conhecido agente cancerígeno benzeno. A contaminação por benzeno tem afetado vários produtos para a pele recentemente, mas desta vez é diferente”, afirmou o dermatologista e professor universitário da Escola de Medicina da Universidade de Yale, Christopher Bunick, ao referido site.