FIFA duplica investimento no futebol feminino, mas ainda longe do masculino

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[Fotografia: Gonzalo Fuentes/Reuters]

A promessa da FIFA em aplicar mais 449 milhões de euros (500 milhões de dólares) no investimento no futebol feminino para o período 2019-2022 já recebeu luz verde. A decisão, avança o site sportsbusiness.com, foi tomada esta quinta-feira, 24 de outubro, no encontro que está a decorrer em Xangai, na China.

Uma mexida orçamental decidida em Conselho de Instância – e que eleva para os mil milhões de dólares (897,5 milhões de euros) o investimento para os quatro anos em análise – e que irá integrar um pacote de reformas que procurará restringir as comissões que os agentes podem retirar das transferências de jogadores.

Dos 2,7 mil millhões de dólares (2,4 mil milhões de euros) de reservas da FIFA, 500 milhões serão utilizados nos próximos quatro anos para investir no futebol feminino, além dos 500 milhões já previstos no atual orçamento.

Um aumento que, analisando as estatísticas conhecidas, está quase ao nível do valor global que foi investido no Mundial masculino, na Rússia, em 2018, totalizando 400 milhões de dólares. Comparando este valor com o que foi aplicado no Mundial feminino, que decorreu em julho e agosto de 2019, em França, foram investidos 30 milhões de dólares, menos de um décimo face à modalidade masculino, mas ainda assim o dobro da prova em 2015.

Objetivos: nova liga, mais equipas e mais jogadoras

Para incrementar as competições para mulheres, a FIFA irá promover uma reflexão sobre a criação de uma Liga Mundial Feminina para seleções – no modelo desenvolvido pela UEFA para o futebol masculino, especialmente a Liga das Nações -, com divisões regionais, promoções e descidas, assim como a criação de uma Taça do Mundo de clubes femininos e o desenvolvimento de torneios para categorias de jovens. A criação ou não dessas competições será decidida em março de 2020.

Além do investimento em fundos próprios, a FIFA também pretende valorizar melhor os contratos assinados para o próximo Mundial feminino, que decorrerá em 2023: “A FIFA planeia renegociar os contratos do Mundial feminino, de modo a oferecer bónus muito superiores às jogadoras”, revelou uma fonte do Conselho de Instância à agência ‘France Press’. Recorde-se que, em julho, a FIFA admitiu uma expansão de 24 para 32 equipas no âmbito do Mundial de Futebol Feminino para 2023. Mexidas que devem ser submetidas a apreciação até dezembro deste ano.

Para já, e um ano volvido sobre o lançamento da primeira estratégia global do organismo para a modalidade no feminino, certo é que os objetivos passam por aumentar o nível de participação das mulheres no jogo, tendo como meta as 60 milhões de jogadoras até 2026.

Imagem de destaque: Reuters