A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, é a capa da edição norte-americana da revista Vogue de outubro e pela lente da conceituada fotógrafa Annie Leibovitz. Quer a primeira página quer algumas das imagens que integram a reportagem foram já publicadas pela revista, pela autora das imagens e pela mulher de Volodymyr Zelenskyy, bem como o link da entrevista.
Momentos a sós com Olena, sendo ela a protagonista desta produção, e na companhia do marido, chefe de Estado, e que são captados em locais em Kyiv e que estão marcados pela guerra: no aeroporto, em muros barricados, no palácio presidencial protegido e entre elementos do exército.
Reconhecendo tratar-se de “uma grande honra e um sonho de muitas pessoas bem-sucedidas em todo o mundo”, Olena escreve, na sua página de Facebook, que gostaria, porém, que tal não acontecesse “por causa da guerra [que essas mesmas personalidades vivessem] nos seus países”.
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A primeira-dama pede, nas mesmas mensagens da rede social em que anuncia a produção, que vejam “todos os ucranianos projetados no lugar dela”. “Quem luta, voluntário, quem se instala num campo de refugiados, faz o seu trabalho ao som das sirenes, mantém a ocupação. Agora cada um de vocês, caros compatriotas, é a cara e a capa do nosso país”, pede.
Porém, este trabalho sob o título Retrato da coragem da primeira-dama da Ucrânia publicado na terça-feira, 26 de julho, não está a gerar consenso nas redes sociais e está a dividir opiniões.
Na sessão, Zelensky surge no uniforme militar que lhe tem sido reconhecido e a primeira-dama é fotografada com peças de criadores nacionais como Bettter, Six, Hvoya, The Coat, Kachorovska e Poustovit, tal como refere a legenda de uma das imagens. A peça jornalística explica isso mesmo: “a estranheza de falar sobre o extermínio ucraniano e a moda ucraniana na mesma conversa”, como se lê no arranque da reportagem.
Uma conversa que aborda ainda o vida interrompida do casal desde 24 de fevereiro, momento da invasão por parte da Federação Russa. Mas que também recua no tempo e que lembra os tempos de infância, o momento em que o casal se conheceu e a vida e os episódios antes da guerra, entre eles a vinda a Lisboa para assistir a um concerto de Adele.
Sobre as fotos publicadas, os utilizadores da rede social escreveram centenas de opiniões como: “esta pose numa zona de guerra não é do meu agrado”, “não romantize a guerra, Vogue” ou “o país em guerra e a primeira-dama a dar uma entrevista a uma revista de moda”.
O debate também passou para o Twitter, onde vários comentadores conservadores americanos criticaram a sessão de fotos num contexto de guerra, bem como a entrega de dinheiro e armas dos EUA à Ucrânia.
Mas muitos utilizadores também manifestaram o seu apoio, respondendo à controvérsia com bandeiras e corações ucranianos, elogios ou mensagens como: “obrigado por usar a sua plataforma para apoiar a Ucrânia”, “Relevante, Vogue, mais mulheres como esta”. Entre os que defendem a participação de Zelenska na reportagem contam-se os que valorizam que a mulher do Presidente tenha permanecido na Ucrânia, em vez de ter fugido para um destino mais seguro.
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Veja abaixo a capa já divulgada nas redes sociais quer por Olena Zelenska, quer pela fotógrafa Annie Leibovitz e pela própria publicação, nas redes sociais