Futebol. Maioria das campeãs de mundo aceita regressar à seleção espanhola, mas com condições

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win in the Australia and New Zealand 2023 Women's World Cup semi-final football match between Spain and Sweden at Eden Park in Auckland on August 15, 2023. (Photo by Saeed KHAN / AFP)

A grande maioria das jogadoras da seleção espanhola aceitou esta quarta-feira, 20 de setembro, reintegrar a seleção para defrontar a Suécia e Suíça na Liga das Nações, após acordo com a Federação e Governo, anunciou o presidente do Conselho Superior dos Desportos.

“Chegámos a uma série de acordos que serão redigidos e assinados amanhã pela Federação e pelo Conselho Superior dos Desportos”, disse Victor Francos, esta madrugada, após horas de negociações com as jogadoras.

“Das 23 jogadoras convocadas, duas pediram para abandonar o estágio por razões (…) de desconforto pessoal”, acrescentou.

O representante do Governo não revelou os nomes das duas jogadores em causa, mas sublinhou que não serão objeto de sanções, contrariamente ao que tinha sido anunciado anteriormente.

A nova treinadora da Espanha, Montse Tomé, surpreendeu na segunda-feira ao convocar, para os jogos contra a Suécia e a Suíça, 15 campeãs do mundo e outras jogadoras que tinham pedido para não serem convocadas enquanto não houvesse mudanças na federação espanhola de futebol (RFEF), na sequência do escândalo do beijo forçado do antigo presidente Luis Rubiales à futebolista Jenni Hermoso, durante o Campeonato do Mundo da Austrália.

Na terça-feira, e apesar da demissão de Rubiales, as internacionais espanholas afirmaram que não queriam voltar a jogar até que a RFEF fosse completamente reformulada.

Também Jenni Hermoso, jogadora que foi beijada sem consentimento pelo então presidente da RFEF Luis Rubiales aquando dos festejos do Mundial da Austrália e Nova Zelândia, condenou a convocatória, acusou a Federação de “manipulação” e “intimidação” e perguntou porque a querem “proteger”, sendo que não foi convocada.

“As jogadoras disseram-nos que estão preocupadas com a necessidade de mudanças profundas na RFEF, e a federação prometeu que essas mudanças terão lugar imediatamente”, disse Francos na quarta-feira.

De acordo com a imprensa espanhola, uma dessas mudanças imediatas pode passar pela saída do secretário-geral, Andreu Camps.

Francos afirmou que o acordo prevê o desenvolvimento da legislação espanhola em matéria de “políticas de género, progressos na igualdade salarial, nas estruturas para o desporto e especificamente para o futebol feminino”.

com LUSA