Gatos de rua vão ter novos abrigos feitos com bidões que iam para sucata

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[Fotografia: Pexels/Alec Hoces]

A iniciativa arranca na sexta-feira, 1 de março, com a colocação de três abrigos “muito especiais” para gatos de rua na colónia da Tapada das Necessidades, na freguesia da Estrela.

Os abrigos têm “uma forma ‘agatada'” e “foram carinhosamente decorados por utentes da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa”, indicou o Provedor Municipal dos Animais de Lisboa, Pedro Paiva, em comunicado.

A proteção dos animais “faz mais sentido se protegermos também o planeta”, defendeu Pedro Paiva, referindo que, por isso, “era imperativo que qualquer solução desta natureza fosse um exemplo de economia circular e consequente redução da pegada de carbono”.

Os abrigos “amigos do ambiente” para gatos de rua foram concebidos a partir de bidões de metal, em que o previsível destino final seria uma sucata, apontou.

Além da preocupação ambiental, a Provedoria quis “ir mais longe” e fazer com que os abrigos fossem também “um exemplo de inclusão”, “reforçando a harmonia entre humanos e animais”, disse Pedro Paiva.

O desafio foi respondido “com entusiasmo” pelo Centro Nuno Belmar da Costa da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL), com os utentes a personalizarem os abrigos que serão agora a casa de alguns dos gatos da colónia na Tapada das Necessidades.

Citada em comunicado, a coordenadora técnica do Centro Nuno Belmar da Costa, Odete Nunes, realçou a “enorme importância” deste tipo de iniciativas, referindo que a atividade da Provedoria Municipal dos Animais de Lisboa, além de ser “uma ação fantástica em prol do bem-estar animal”, promove a capacidade de os utentes expressarem com alegria a sua criatividade e dinamismo na decoração dos abrigos.

O provedor dos animais destacou a necessidade de assegurar a segurança e a proteção dos gatos que vivem nas ruas, o que vai “muito para além” da preocupação com a alimentação.

Acompanhando com proximidade o que tem sido feito no âmbito do “fenómeno das colónias”, Pedro Paiva concluiu que é preciso uma iniciativa como a que a provedoria está a realizar: “os abrigos para estes animais são tão escassos que, nalguns locais, nem uma unidade existe”.

A nível nacional, o programa Capturar, Esterilizar e Devolver (CED) tem promovido um método humano e eficaz de controlo de colónias de gatos e de redução das populações felinas silvestres.

Para a Provedoria Municipal dos Animais de Lisboa, este programa “é de extrema importância para garantir e salvaguardar o bem-estar dos felinos de rua e a saúde pública”.

Neste âmbito, estão sinalizadas cerca de 1.500 colónias de gatos CED, com aproximadamente 13 mil pequenos felinos a viver na rua”, e está identificada “uma profunda de necessidade de proporcionar abrigos e pontos de alimentação”, indicou a provedoria.