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Sabe como se faz sexo Halal? Este livro explica tudo

Uma muçulmana pura não pode ser louca na cama: “Não sabemos quem deu início a este mito, mas é completamente errado. Nós temos 'halal' e o 'haram'. Qualquer encontro sexual fora do casamento é 'haram' e tudo o que tem lugar no âmbito do matrimónio é 'halal'. Pode-se ser pura como a água e ainda louca na cama. O que é engraçado (lamentavelmente) é que muitas muçulmanas jovens pensam que as praticantes e devotas têm vidas sexuais aborrecidas. Errado. Temos uma teoria de que as muçulmanas são mesmo mais atrevidas do que as não muçulmanas. Ser uma muçulmana pura não quer dizer que não se gosta de sexo. Apenas significa que se faz tudo o que tem lugar dentro de um casamento, mas não se publicita.” [Fotografia: Shutterstock]
A única forma que os muçulmanos têm de aprender os segredos da cama é fazerem 'haram', ou seja, antes ou fora do casamento: “Não há correlação entre ter sexo antes do casamento e ser-se boa na cama. Considerar que praticar 'haram' fará com que a relação 'halal' seja melhor não é certo. O oposto é verdade. Resguardar a intimidade física para o marido só reforça a ligação entre ambos.”[Fotografia: Shutterstock]
Revistas femininas e livros escritos por académicos são excelentes fontes para educação sexual: “Muitas mulheres procuram esta informação antes do casamento. Mas adivinhem? Tirar um nível académico é apenas uma forma de perder tempo no laboratório ou na biblioteca, Isso não é sexo. Podem aprender-se detalhes interessantes de psicologia e fisiologia, mas não sobre sexo. Saber como o corpo reage com um orgasmo não vai ajudá-la a atingi-lo.” [Fotografia: Shutterstock]
Homens crentes perdem o respeito por mulheres que sejam loucas na cama: “Os homens 'adoram' (em itálico no livro) quando as mulheres se comportam daquela forma. Porque razão um homem não queria que uma mulher fosse desinibida na cama? Muitos homens muçulmanos preocupam-se exatamente com o contrário. […] Todos os homens sonham com uma mulher modesta em público e atrevida com ele no quarto. Façam com que esse sonho seja verdadeiro.” [Fotografia: Shutterstock]
Pornografia é uma boa ferramenta educativa: “Estatisticamente, este é um problema maior para os homens do que para as mulheres. Mas existe um número considerável de mulheres muçulmanas que recorrem a à pornografia. Deixe-me clarificar esta ideia: Pornografia é uma mentira. O sexo real não é pornografia. O porn é gravado com o intuito de entreter quem vê. Posições que parecem ser a melhor escolha, não são necessariamente as mais prazenteiras. […] O sexo verdadeiro tem emoções. Pornografia é representação. As mulheres são objetos sexuais na pornografia, ao serviço da vontade dos homens. A mulher falseia os gemidos, fingem o prazer. […] Mesmo as estrelas dos filmes pornográficos não gostam de ser estrelas porno. Muitos têm cirurgias plásticas, nenhum tem peso a mais. Os homens são todos musculados e com pénis gigantes. Em síntese, a pornografia é a pior forma de aprender sobre sexo.” [Fotografia: Shutterstock]

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O livro chegou recentemente aos escaparates e já provocou todo o tipo de reações. Na verdade, o Manual Muçulmano para o Sexo: Guia Halal para uma Vida Sexual Surpreendente, publicado nos Estados Unidos da América e sob pseudónimo pretende levar as mulheres muçulmanas a terem uma vida íntima atrevida no seio do casamento, ou seja, em regime Halal.

E neste âmbito, não há assuntos tabu. Olhando para o índice, os temas abordados passam pelos mitos que são necessários combater (consulte a galeria acima e fique a conhecer as ideias feitas que a autora – sob pseudónimo de Umm Muladhat – deita por terra), etambém por matérias como anatomia, imagem corporal, higiene íntima e planeamento familiar.

Mas há mais: lubrificantes, sexting, linguagem atrevida e o que deve dizer na cama, flirtar com homens, primeiro encontro, sexo oral, masturbação, sexo a três, sadomaso, sexo em público e anal e, muito importante também, sexo forçado.

A decisão de verter este conhecimento em livro deveu-se ao facto de a escritora ter percebido a importância desta informação quando uma amiga, pouco tempo de pois de ter casado, lhe disse que estava tudo bem na vida conjugal para, meses depois, lhe revelar que tudo estava a correr de forma desastrosa.

Muladhat quis, assim, capacitar as mulheres muçulmanas e indicar-lhes os caminhos possíveis para a felicidade e prazer conjugais, mas entre aplausos e críticas, a autora norte-americana já recebeu de tudo em pouco menos de uma semana.

Já houve quem acusasse a escritora de estar a promover os fetiches nas mulheres e a promiscuidade, mas também quem o elogiasse por desconstruir tabus e ideias feitas.

“Já recebi feedbacks positivos, mas também um número significativo de mensagens degradantes e de mau gosto. Uma mulher disse-me que não havia necessidade disto, uma vez que elas aprendiam tudo pelos conselhos das mães. Mas eu duvido que qualquer mãe consiga falar de forma tão explícita como eu”, explicou, citada pelo jornal inglês The Guardian.

Justificando-se, Umm Muladhat revelou que deu destaque “as relações apenas com o marido, mas promovendo o máximo de experiências sexuais com ele”.

A autora conta até que “já recebeu dezenas de emails de homens que querem saber se pondero escrever um livro que lhes ensine como dar prazer às suas mulheres. Estou a levar a isso em consideração e planeio responder a essa solicitação se este livro tiver êxito”.

Certo é que as associações de mulheres muçulmanas parecem estar do lado da autora, vincando que este guia vem trazer informação que dará as ferramentas necessárias para elas identificarem e saberem proteger-se de relações conjugais sexualmente abusivas.

Shaista Gohir, presidente da Rede britânica de Mulheres Muçulmanas elogiou a iniciativa e recordou que “falar sobre o sexo no Islão não é novo e há mesmo investigadores do passado que destacaram a importância do prazer sexual para as mulheres, incluindo conselhos para os homens, de forma a que estes garantam que tal aconteça com as suas mulheres”.

Imagem de destaque: Shutterstock