Irão. Morte de Mahsa Amini sob custódia da Polícia Moral gera protestos no mundo

Protest outside Iranian Consulate in Istanbul following Mahsa Amini's death
Mulher protesta diante do Consulado Iraniano na Turquia após a morte de Mahsa Amini, iraniana de 22 anos detida pela polícia responsável por verificar as práticas de vestuário e que morreu sob custódia policial [Fotografia: EPA/ERDEM SAHIN]

Nos últimos dias, iranianas saíram às ruas sem véu e de cabelo exposto, lutando pela “Liberdade!”, em protesto pela morte da jovem Mahsa Amini após sua detenção. Fora do Irão, centenas de compatriotas da diáspora também apoiam a revolta e têm cumprido manifestações diante de embaixadas e consulados.

Por cá, está agendada uma manifestação para esta sexta-feira, 23 de setembro, na Praça do Comércio, às 19.30 horas. Uma iniciativa da comunidade iraniana em Portugal.

Recorde-se que várias pessoas morreram nas manifestações que eclodiram há uma semana no país depois que as autoridades anunciarem, a 16 de setembro, a morte de Mahsa, que foi presa pela polícia moral por “usar roupas inadequadas”. Esta força policial tem sido responsável por aplicar e fazer cumprir o rigoroso código de vestimenta na República Islâmica.

A morte e as circunstâncias em que ocorreu estão a fazer desencadear protestos por todo o mundo e já levou países a decidir aplicar sanções ao regime.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, disse nesta quinta-feira, 22 de setembro, que a morte da jovem que gerou protestos no país será investigada, e acusou, numa conferência no âmbito da Assembleia Geral da ONU, o Ocidente de hipocrisia por exacerbar preocupações.

“Se houver uma parte culpada, certamente deve ser investigada. Entrei em contacto com a família da falecida assim que pude e assegurei pessoalmente que continuaremos a investigar o incidente com firmeza”, apontou.

Horas depois de Washington impor sanções à esta unidade policial, Raisi acusou o ocidente de “hipocrisia”, recordando os assassinatos cometidos pela polícia nos Estados Unidos e citando estatísticas sobre as mortes de mulheres no Reino Unido.

Raisi não respondeu sobre a morte de pelo menos 17 pessoas, reportadas por meio de comunicação estatal, durante os distúrbios que começaram após a morte de Amini na semana passada, mas disse que aceitava protestos pacíficos. “Devemos diferenciar entre manifestantes e vandalismo”, afirmou.

No mesmo dia, as autoridades iranianas bloquearam o acesso ao Instagram e ao WhatsApp, após seis dias de protestos pela morte da jovem detida pela polícia da moral. A morte de Mahsa Amini, de 22 anos, tem vindo a ser muito criticada e contestada por países e várias ONGs internacionais, que denunciaram a repressão “brutal” contra os manifestantes.

Segundo a organização não-governamental Centro para os Direitos Humano no Irão – e com sede em Nova Iorque-, os números não coincidem e há, pelo menos, 36 pessoas mortas na repressão dos protestos que eclodiram há uma semana.

Com agências