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“O meu trabalho? Mulher de futebolista!”

Percorra a galeria e veja algumas das imagens que os dois casais partilham nas suas redes sociais. [Fotografias: DR]
Do lado esquerdo Bruna Pereira e do lado direito Jéssica Felgar. Contam-nos como é deixar tudo para acompanhar os namorados e a sua carreira como futebolistas.
Bruna e Pedro Pereira
Bruna e Pedro Pereira
Bruna e Pedro Pereira
Bruna e Pedro Pereira
Bruna e Pedro Pereira
Bruna e Pedro Pereira
Bruna e Pedro Pereira
Bruna e Pedro Pereira
Filipe Nascimento e Jéssica
Filipe Nascimento e Jéssica
Filipe Nascimento e Jéssica
Filipe Nascimento e Jéssica
Filipe Nascimento e Jéssica
Filipe Nascimento e Jéssica
Filipe Nascimento e Jéssica
Filipe Nascimento e Jéssica

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Por Marta Marques

É quase como dar um chute na bola de olhos fechados. São jovens com poucos mais de 20 anos que largam tudo para ir atrás dos sonhos dos namorados. Eles querem ser jogadores de futebol profissionais. E elas? O que é ser a mulher do jogador da bola no tempo de todas as emancipações? Onde ficam os sonhos, a carreira profissional, a independência?

Duas namoradas de jogadores de futebol profissionais explicam-nos os prós e contras destas relações. Jéssica tem 25 anos e já está no estrangeiro com o namorado desde os 22. Bruna foi para fora apenas com 18 e até da faculdade desistiu.

“É a pessoa que eu quero para o meu futuro, por isso só fazia sentido eu ir”

A frase é de Jéssica. O namorado, Filipe Nascimento, joga atualmente no clube Levski, na Bulgária. Antes disso, ambos já estiveram na Roménia, novamente à boleia da carreira do futebolista. A companheira admite que nunca alimentou grandes sonhos profissionais e que o seu desejo sempre foi ser mãe e construir uma família. Concluiu o secundário, especializou-se em fotografia e saiu do país aos 22 anos, mas nem por um segundo pensou que estava a tomar a decisão errada. “Nunca pensei no ‘e se não der’, porque sabia que tínhamos tudo para dar certo”.

“Chorávamos o dia inteiro. Tínhamos de estar juntos, não havia outra maneira”, recorda Bruna

Já Bruna, agora com 20 anos, sentia todos os dias que estava a deixar a sua vida para trás para acompanhar o namorado. Ainda tentaram estar cada um no seu sítio, a lutar por aquilo que queriam individualmente, mas não resultou. “Chorávamos o dia inteiro. Tínhamos de estar juntos”, conta Bruna ao Delas.pt, admitindo que tinha reservas em relação ao futuro: “Tinha muito medo, via as fotos das minhas amigas na escola, na faculdade, nas festas, nos jantares de amigos, e sentia que estava a ficar para trás em todos os sentidos”.

Ainda se chegou a inscrever na faculdade, mas assim que soube que tinha sido aceite, recebeu simultaneamente a notícia de que o namorado, Pedro Pereira, ia para Itália jogar no clube da serie A U.C. Sampdoria. “Tive de cancelar tudo e ir para Itália com ele”, recorda.

Deixou Portugal e tudo o que a fazia feliz, mas, ainda assim, garante que hoje se sente realizada. “Temos mais facilidades monetárias do que a maioria dos casais da nossa idade, e isso faz-nos ver o quão sortudos somos. Conseguimos comprar a nossa casa, por exemplo e já fizemos viagens maravilhosas”.

Jéssica não trabalha e nem se vê tão cedo a fazê-lo. “Não fazia sentido sair do país para ir trabalhar das 9h às 17h, quando o Filipe sai de manhã para ir treinar e à hora de almoço já está em casa.”

“O MEU TRABALHO É SER FUNDAMENTAL NA CARREIRA DELE”

E se treinar o físico é determinante para Filipe, é ao nível psicológico que a namorada entra em campo, com um papel decisivo no equilíbrio do atleta. Diz que a sua função, enquanto mulher e namorada, “é ser fundamental na carreira dele”, e que tudo junto se torna um trabalho a dois. “Costumo brincar e dizer que sou cozinheira, psicóloga e consultora motivacional.”

Mas ambas partilham a opinião de que o preconceito subsiste e que nem sempre é fácil recolher compreensão face a esta escolha de vida. “É fácil apontar o dedo só porque não se tem um trabalho. Mas as pessoas não percebem que o meu trabalho é este”, afirma Jéssica. Também Bruna lamenta ser alvo de crítica e julgamento: “Acham que não faço nada da vida e não entendem esta decisão. Pensam que neste meio são só coisas boas”. Admite ainda que já passaram por muitas dificuldades juntos e que a partir daí amadureceram bastante.

Dois trajetos, e a mesma vontade de estar com quem se gosta, sem pensar no amanhã: “eu escolhi esta vida em prol da profissão dele”.

O homem que mandou 246 e-mails para encontrar uma destas mulheres