
Há cerca de oito anos, uma doutorada em química, cabeleireira e fundadora dos salões Studio Ana’e, Aude Livoreil-Djampou, chamou a atenção do Ministério de Educação para a falta de formação de cabeleireiros em cuidados com cabelos ondulados, cacheados, crespos e texturizados.
A necessidade era (e é) extrema. Os salões de beleza e cabeleireiros geralmente sabem tratar de cabelos lisos, sem texturas, e as pessoas com cabelos texturizados acabavam sempre por sofrer dificuldades e discriminações capilares: a falta de conhecimento sobre o assunto, comentários depreciativos, recusar tratar ou erros nos cuidados com o cabelo.
Segundo Slate, apenas 200 cabeleireiros em França eram capazes de cuidar de cabelos texturizados, o que traduz num grande problema, visto que 20% da população francesa teria esse tipo de cabelo, de acordo com o Conselho Representativo das Associações Negras da França.
Contudo, o final foi feliz. A luta de Aude Livoreil-Djampou não foi em vão e deu frutos: nasceu o primeiro Certificado de Qualificação Profissional de Cabeleireiro dedicado aos cabelos crespos e texturizados.
Para permitir a aprendizagem sobre esse tipo de cabelos e os cuidados a ter, no início do ano foi lançado um concurso para escolas de cabeleireiro na França. Um grande passo que poderá levar à igualdade num meio onde os cabelos crespos eram discriminados.