
Se um vídeo na internet tiver três minutos pode ser considerado uma curta? Se tiver bonecas pode ser considerado uma curta de animação? Se tiver uma boneca quase Barbie a conduzir um carro a alta velocidade pode ser considerado feminista? A Audi lançou na véspera de Natal um vídeo em que mostra uma boneca de cintura fina, numa loja de brinquedos a descobrir a prateleira dos carros e a escolher um Audi R8, de alta cilindrada, para ir dar um passeio pelo supermercado em que está. O anúncio melhora até ao fim quando depois de uma série de peripécias a boneca é encontrada por um rapaz, ainda dentro do carro, e este, apesar da oposição da mãe, leva o automóvel e a boneca juntos.
A publicidade costuma ser acusada de machista e o mundo automóvel parece só ter reconhecido recentemente que as mulheres também gostam de conduzir modelos grandes com muitos cavalos. E, a ver por este anúncio da Audi, está a fazê-lo muito bem. A pequena narrativa não só abre as possibilidades às raparigas como aos rapazes ao mostrar que carros e bonecas não são dois mundos separados.
A estratégia de comunicação da Audi está a resultar. Só na página do Facebook da Audi Portugal o post com o vídeo mais de 1600 likes e vários comentários a dar os parabéns à marca. Do lado oposto, a cadeia de ginásios Solinca…
O vídeo tem muito menos reações (likes, corações, etc) mas muito mais comentários negativos:
As histórias da eterna guerra entre mulheres, do cumprimento os papéis de género e da imagem da mulher estereotipada por imposições sociais ou externas, está a cair por terra entre nós. As marcas que não acompanharem esta marcha vão ter sérios problemas no futuro, pelo menos a ver por estas duas produções e respetivas reações.