Se não sabe o que esta frase significa então é porque pertence ao 1% da população que nunca viu A Guerra dos Tronos. Bom, se calhar 2%, pois talvez sejamos mais.
Eu também não vi. Aliás, tentei e vi a primeira temporada. Toda a gente me dizia que estava a perder a série do século. Também não quis ficar fora da moda e por isso fui buscar as pipocas e preparei-me para fazer umas longas sessões em frente à TV, dado que esta é a oitava sessão e a final.
Bem, demorei tanto, que fazia três pausas a meio de cada episódio. Tive aquela sensação que tenho quando estou a fazer algo que não quero e preciso de uma pausa. A minha curiosidade foi mais forte e precisava de perceber porque é que a legião de fãs era e é interminável. Assim, insisti mesmo não adorando. Disseram-me que não era amor à primeira vista e era necessário continuar a ver para gostar.
Não sei se lhe chamaria uma seita mas a verdade é que a romaria aos cinemas para ver a estreia são as equivalentes aos crentes que vão todos os anos para Fátima durante o 13 de maio.
A custo e muitos sacos de pipocas depois lá consegui ver a primeira temporada até ao final. Cheguei a uma conclusão. Aquilo não é para mim.
Acho alguma graça mas não fico sem dormir à espera do que vai acontecer. Não consigo perceber as ligações entre as personagens que estão constantemente a morrer. Não percebo quem dorme com quem, e a única coisa que me chamou mesmo a atenção foi a loira que fez nascer três dragões. No fim da primeira temporada eram os seus animais de estimação. Sim, se pudesse ter um bicho de estimação talvez escolhesse um dragão.
Mas esta loucura fez-me pensar noutro tema. Muitas vezes e agora, na maioria das vezes, se tivermos acesso a uma conta do Instagram, Facebook e YouTube temos tendência a seguir aquilo que os outros fazem. Parece um pouco o pátio da escola secundária. Quem eram as pessoas mais cool, aquelas que todos achavam divertidos e que seguiam?
A expressão carneirada aqui toma proporções ainda maiores. Vestimos o que as influencers dizem que é cool. Vemos os episódios que todos estão a ver e ainda postamos as mesmas fotos nas mesmas alturas. Se estamos na época do #Coachella o #CoachellaOutfit #CoachellaVibes, se é Páscoa falamos das epopeias nas férias sempre com o #familyFirst. Em junho/julho os festivais de Verão, lá para o final de agosto o #BurningMan. Pelo meio existe o #DiaDoBeijo #DiaDaMãe #DiaDoPai e passa um ano, em que ou estamos dentro ou fora do comboio.
Não tem mal nenhum estar dentro se nos identificarmos, mas estar dentro sem querermos/gostarmos só porque os outros fazem?
Se A Guerra dos Tronos não é a minha série favorita, está tudo bem. Se não é a sua, não sinta que está fora do baralho. Aquele baralho não é o seu!