OIT. Por cada dólar de rendimento dos homens, as mulheres ganham 51 centavos

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[Fotografia: Anastasia Shuraeva/Pexels]

Novos métodos de análise que estão a projetar “um panorama muito mais sombrio da situação das mulheres no mundo do trabalho do que a taxa de desemprego mais comummente usada”, afirmou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) em comunicado nesta segunda-feira, 6 de março, e a dois dias de ser evocado o Dia Internacional da Mulher, que terá lugar a 8 de março.

Segundo as contas desta agência das Nações Unidas, “a nível mundial, para cada dólar de renda do trabalho ganho pelos homens, as mulheres ganham apenas 51 centavos”.

“Os novos dados mostram que as mulheres continuam a ter muito mais dificuldades a encontrar trabalho do que os homens”, refere fonte oficial da OIT, que avança que 15% das mulheres em idade ativa no mundo gostariam de ter um emprego, mas não têm. Valores que comparam com 10,5% dos homens. “Essa desigualdade de género permaneceu praticamente inalterada nestas duas décadas”, assinalou.

Em contraste, as taxas oficiais de desemprego para homens e mulheres são muito parecidas. Tal deve-se, segundo a OIT, ao facto de que os critérios usados para determinar se alguém deve ser considerado oficialmente desempregado tendem a excluir de forma desproporcional as mulheres.

De acordo com o relatório, as responsabilidades pessoais e familiares, incluindo o trabalho de cuidado não remunerado, afetam desproporcionalmente as mulheres. Esse tipo de atividade impede as mulheres de trabalharem, procurarem emprego ativamente ou estarem disponíveis com pouca antecedência.

“A brecha (de género) no trabalho é especialmente grave nos países em desenvolvimento, onde a proporção de mulheres que não consegue encontrar um emprego chega a 24,9% nos países de baixos rendimentos”, disse a agência.
O acesso ao emprego não é o único problema. A OIT observou que as mulheres tendem a estar sobrerepresentadas em empregos vulneráveis, inclusive em negócios familiares. “Essa vulnerabilidade, a par de índices de emprego mais baixos, tem impacto sobre as rendas das mulheres”, refere a OIT.

AFP