Perigos da dieta relâmpago de Kim Kardashian para caber no vestido de Marilyn

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Kim Kardashian no icóinico vestido de Marilyn Monroe de 1962, na MET Gala, de 2022 [Fotografia:EPA/JUSTIN LANE]

A socialite e empresária Kim Kardashian foi a estrela da noite mais extravagante do ano: a MET Gala. O evento que celebra a moda e que este ano teve como tema a própria América, recuperando o estilo, os heróis e a iconografia do país, foi palco de vários momentos únicos, e o mais emblemático foi assegurado por Kim, que usou um vestido de Marilyn Monroe.

Para tal, a socialite teve de emagrecer mais de sete quilos para caber na peça que ficou imortalizada no dia em que a atriz cantou os parabéns a John F.Kennedy, no não menos imortal Happy Birthday, Mr. President, em 1962.

E se o vestido fez furor ao voltar à ribalta quase 60 anos após a estreia – mesmo tendo sido usado apenas por alguns minutos para a fotografia nas escadarias do The Metropolitan Museum of Art -, não chegou sem críticas: primeiro ao perigo de glamorizar as dietas relâmpago, com sequelas físicas e mentais, e segundo por perpetuar a perda de peso apenas para caber numa peça de roupa.

Emagrecer a contrarrelógio: sauna e sem hidratos de carbono

 

Em três semanas, Kim Kardashian cumpriu à risca um plano. “Usei fato de sauna duas vezes por dia, corri na passadeira, cortei completamente em todo o açúcar e hidratos de carbono. Só comia vegetais e proteínas limpas”, revelou à revista Vogue. Kim garante que não morreu de fome, mas que foi muito rigorosa.

Afinal, mais do que usar um vestido semelhante ao de Marilyn Monroe, a empresária quis mesmo, em 2022, aquele que, em 1962, foi finalizado (com costuras) no corpo da própria atriz e para ficar impecavelmente ajustado.

“Sempre achei que ela [Marilyn] era extremamente curvilínea. Imaginei que eu poderia ser menor em alguns pontos do corpo onde ela era maior e maior noutros onde ela era menor. Então, quando percebi que o vestido não me servia, quis chorar porque nada podia ser alterado na peça”, recorda a socialite à Vogue.

O vestido é peça de museu e, em 2016, foi leiloado 4,81 milhões de dólares (quatro milhões e 600 mil euros).

Compulsão alimentar e perigos físicos e mentais

Em declarações à revista Hello, a nutricionista Charlotte Faure Green lembra que a perda de um quilo por semana já é é considerada uma redução extrema. Kardashian fê-lo pelo mais do dobro disso e por três semanas consecutivas, o que leva a especialista a lembrar que “este tipo de perda de peso é insustentável e culminará, invariavelmente, num ciclo de compulsão alimentar, seguido de um período de restrição”. “Cortar um grupo inteiro de alimentos é incrivelmente stressante para o corpo”, acrescenta.

A nutricionista Caroline Thomason, ao site Eat This, fala em “perigos físicos e mentais” de uma dieta desta natureza e ineficaz no que a perda de peso a longo prazo diz respeito. A especialista encoraja mesmo a que não se replique a ideia. “Perda sustentável de peso deve ser feita ao longo do tempo, colocando o foco na promoção de bons hábitos alimentares variados, em refeições equilibradas, exercício e bom sono”, pede.