Porque damos o ónus dos nossos sonhos aos outros?

Houve uma altura que não dei… Criticaram-me por isso, mas nunca me arrependi do que fiz.

Hoje, dou muitas vezes esse ónus aos outros, para que eles validem se o meu caminho faz sentido.

Está tudo errado nesta segunda frase. Primeiro o caminho é meu e apenas meu.

Posso ter quem me queira acompanhar ou posso decidir ir sozinha. Estas são escolhas pessoais e intransmissíveis, como o Cartão do Cidadão.

Então por que é que vivemos com uma necessidade incessante de entrar na vida padrão, naquela que faz sentido para a maioria como se esse fosse o único molde da felicidade existente?

O molde já se partiu há anos, para todos nós. O sinónimo de felicidade não é ter uma casa, um carro, três filhos e um marido. Não é ser solteira, não é andar à volta do mundo, não é jantar fora todos os dias, não é ter três meses de férias por ano.

O sinónimo de felicidade poderá ser qualquer uma destas coisas, todas ou nenhuma delas. E essa é que é a questão. Vivemos uma sociedade onde os parâmetros foram definidos e atribuídos. Aceitámos, pois questionar sempre foi equivalente a alguma ignorância. Infelizmente essa denominada ignorância crescente gerou um batalhão de pessoas infelizes, que seguem determinados por outrem.

Alimentamos os sonhos que os outros têm para nós como se estivéssemos a nutrir um recém-nascido. Todos temos sonhos, temos aquelas fantasias que nem à nossa melhor amiga confidenciamos. Então se temos, se nos pertencem porque não alimentar a razão pela qual nos levantamos pela manhã? Porquê desistir sem termos tentado? Porque não é suposto. Não é suposto para quem? Geralmente para os outros, aqueles que não têm a nossa vida, aqueles que estão a seguir os seus sonhos sem medos.

O Jim Rohn [vídeo em baixo] é um dos meus autores favoritos e fala nas Estações da Vida comparando-as às estações da Natureza. Na primavera plantou-se, no outono colhe-se, portanto o verão é, segundo ele, a altura ideal para pôr água nas plantações que realmente queremos que deem frutos.

Eu escolho, este verão, dar água aos meus sonhos. E você?

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