Porto cria casa de autonomização para mulheres em risco

mae e filho -uso editorial

Duas mulheres e uma criança vão passar a morar, até ao final de novembro, num apartamento de autonomização, na cidade do Porto, para vítimas de violência doméstica.

A casa é destinada a pessoas que estejam em risco, mesmo que moderado ou baixo, e que se apresentem numa situação de “vulnerabilidade e fragilidade de ordem social e económica”, explicou à Lusa, Carla Mansilha Branco, da Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres (ADDIM).

Disponibilizado pela Câmara do Porto à ADDIM, ao abrigo do V Plano Nacional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género, o apartamento, um T3, foi cedido por “tempo indeterminado”.

Os ocupantes da casa podem permanecer nela durante seis meses sem pagar, podendo o prazo ser renovado pelo mesmo período. Apesar de estarem dispensados de pagar renda, terão de pagar as despesas com a habitação, como a água ou a eletricidade, assim como encargos pessoais como a alimentação.

Violência doméstica leva mulheres a optar por viverem como sem-abrigo

“A habitação é uma das principais dificuldades e um obstáculo no momento da autonomização das vítimas de violência doméstica”, alertou Carla Mansilha Branco reivindicando “respostas humanas, técnicas, económicas e socialmente adequadas” para apoiar os “processos de autonomização e de reinserção” para que as mulheres “retomem as suas rotinas e dinâmicas”.

No futuro, poderá “vir a ser disponibilizada uma segunda habitação” para o mesmo efeito, referiu a responsável.

Esta parceria entre a Câmara do Porto e a associação concretiza-se a uma semana do Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, que se assinala a 25 de novembro, e é vista, por Carla Mansilha Branco como um complemento às Casas de Abrigo, “onde muitas das vezes as vítimas permanecem não pela existência do risco, mas por razões de natureza social”.

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O apartamento foi equipado com fundos próprios da ADDIM, beneficiando ainda de um apoio em dinheiro da Junta de Freguesia do Bonfim e de ofertas de mobiliários de alguns dos parceiros da associação.

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