Portuguesa desenvolve alternativa ao sal que é antitumoral

Marisa Ribeirinho, investigadora do Porto, desenvolveu um processo que permite retirar o cloreto de sódio da planta salicórnia (semelhante a espargos), tornando-a “mais saudável” e criando assim uma alternativa ao sal.

A responsável contou que este procedimento permite igualmente produzir a salicórnia durante todo o ano, contornando assim a questão produção sazonal da planta, que só está disponível no meio natural entre abril e setembro. Com esta solução, o crescimento da planta não sofre interferências externas, demorando cerca de 15 dias a ser replicada, explicou à agência Lusa.

Salicórnia [Fotografia: DR]
“A salicórnia, que tem propriedades medicinais já descritas – antitumoral, diurética e antioxidante – pode ser utilizada como condimento, devido ao seu sabor muito peculiar, que se assemelha a maresia“, referiu. E já não é a primeira vez que se fala ou mesmo se usa esta planta na gastronomia.

Na galeria acima, conheça ainda outras possibilidades que constituem alternativas ao sal e que podem ser usadas na confeção de refeições, diariamente.

A ideia para este projeto surgiu no âmbito do relatório de estágio da licenciatura de Marisa Ribeirinho em Genética e Biotecnologia, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Posteriormente, seguiu para o mestrado em Biologia Clínica Laboratorial, encontrando-se agora a tirar um doutoramento, cujo foco é a transformação e a aplicação da salicórnia nas áreas farmacêutica e da alimentação.

O projeto de investigação conta ainda com Carla Teixeira e Tiago Marques, responsáveis pelas candidaturas a fundos, financiamentos e concursos.

AVC entre as principais doenças fomentadas pelo sal

“Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os AVC’s (Acidentes Vasculares Cerebrais) são causados, na sua maioria, por excesso de cloreto de sódio [sal] no sangue, sendo esta a maior causa de morte a nível global”, disse a responsável pelo projeto Sal Verde, Marisa Ribeirinho.
Até a 2017, “registou-se na Europa uma percentagem de 27,5% de mortes por AVC”, continuou a investigadora, que começou a trabalhar com a salicórnia (conhecida por sal verde ou espargo do mar, devido à semelhança aos espargos verdes) em 2013, quando a planta “não era muito conhecida em Portugal”.

CB com Lusa

Imagem de destaque: Shutterstock

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