Seis em cada dez portugueses fazem lista de compras para controlar gastos

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[Fotografia: Pexels/Kampus Production]

Mais de metade dos portugueses faz uma lista de compras antes de sair de casa (60%) para controlar os gastos e quase 70% preferem lojas de proximidade, segundo dados da associação Centromarca divulgados nesta quinta-feira, 6 de abril.

Em comunicado, a Centromarca-Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca revelou que “60% dos portugueses faz uma lista de compras antes de sair de casa, mais 4% quando comparado com o período homólogo” para controlar os gastos e diminuir as compras por impulso. Por outro lado, 69% preferem comprar em lojas de proximidade.

O estudo concluiu ainda que os consumidores optam por um conjunto mais alargado de produtos quando vão às lojas de maior dimensão, nomeadamente hipermercados.

“No entanto, são estes os mais penalizados com a perda do volume de compras, ao contrário das lojas de sortido mais curto, que são menos penalizados em termos de quebra de volume por ato de compra e beneficiam de visitas mais frequentes por parte do consumidor”, indicou.

Por sua vez, o cabaz de compras nas lojas “de sortido mais curto” é, sobretudo, constituído por frutas, legumes, pão e pastelaria, enquanto os cestos para as lojas de maior dimensão incluem “mais fortemente” carne, peixe, marisco, arroz e café torrado.

O consumidor, empurrado pelas dificuldades financeiras que enfrenta, voltou a repartir as suas compras por um número mais elevado de lojas e de insígnias, sempre em busca das melhores oportunidades que permitam manter um perfil de consumo tão próximo quanto possível do habitual, mas limitado pelo impacto da inflação na sua carteira”, afirmou, citado no mesmo comunicado, a ‘clients and analytics director’ da Kantar em Portugal, Marta Santos.

Já 56% dos portugueses consideram que as marcas de distribuição têm uma qualidade similar à dos produtos das marcas fabricantes.

Destacam-se os produtos da marca dos supermercados, que contribuíram com 50% para o crescimento do consumo de marcas próprias desde 2019. “A quebra do rendimento disponível das famílias está a gerar um triplo efeito negativo sobre o mercado: uma quebra das quantidades compradas, uma degradação do valor e qualidade dos produtos comprados e uma transferência muito acentuada da compra dos produtos de marca de fabricante para as marcas próprias dos distribuidores e todos estes fenómenos estão em forte aceleração”, referiu, por sua vez, o diretor geral da Centromarca, Pedro Pimentel.

Estes dados fazem parte do painel de lares da Kantar, abrangendo uma amostra de 4.000 lares, dispersos em mais de 1.000 pontos de sondagem.

Os resultados têm um nível de confiança de 95% e um erro amostral de 1,96%.

Fundada em 1994, a Centromarca reúne mais de 60 associados, que detêm cerca de 1.000 marcas e representam 7.500 milhões de euros de faturação.

LUSA