
Para lá do cuidado com a saúde mental de cada num, olharmos para o lado e para os outros é cada vez mais importante, sobretudo depois de uma sociedade que saiu de tempos de confinamento e enfrenta desafios económicos, sociais e globais pela frente. A saúde mental individual tem vindo a sofrer alterações, como indicam todos os estudos pós-covid-19, e é tempo de autoanálise, mas também de prestar atenção a quem nos rodeia.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses tem disponível um documento que alerta para os riscos de suicídio, deita por terra mitos e ideias feitas e deixa pistas de como evitar ou ajudar a evitar este comportamento limite.
O mesmo documento vinca que “ter pensamentos ou sentimentos suicidas nem sempre resulta numa tentativa de suicídio, mas nunca devem ser ignorados”. Pede para que sejam levados a sério os sintomas e pede ação. “Não assuma que os pensamentos e sentimentos suicidas são meras chamadas de atenção ou manifestações inconsequentes. Pensamentos e sentimentos suicidas são sinais de grande sofrimento emocional e de que a pessoa precisa de ajuda, preferencialmente profissional”. Alerta.
Veja abaixo os pequenos gestos que devem ser verdadeiros alertas, ajude e deixe-se ajudar:
Ameaçar suicidar-se (incluindo ameaças verbais como “estavas melhor sem mim”, “nessa altura se calhar já cá não estou”).
Procurar formas de cometer suicídio.
Procurar aceder a comprimidos, armas ou outros meios com o propósito de se suicidar.
Visitar locais que não constituem ambientes seguros ou estão associados a comportamentossuicidários.
Dar/distribuir os bens pessoais.
Organizar papéis e tarefas pessoais (por exemplo, pagar créditos).
Despedir-se de familiares e amigos.
Falar sobre querer morrer ou vontade de morrer por suicídio.
Desespero e falta de esperança.
Raiva e zanga, comportamentos agressivos.
Comportar-se de forma imprudente, impulsiva e envolver-se em atividades de risco.
Sentir-se “preso” (sem saída).
Aumentar o consumo de álcool ou drogas ou alterar a medicação habitual.
Isolar-se da família e amigos.
Sentir-se inútil, um “fardo” para os outros.
Agitação ou ansiedade intensa.
Mudanças de humor súbitas e intensas.
Sentir que não se tem razões para viver/que não se encontra um sentido/significado para a própria vida (“quem me dera não estar aqui”, “nada importa”, “a vida não vale a pena”, “ficam melhor sem mim”).
Alegria ou calma repentinas após um período de desânimo significativo.