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Só 2% das crianças até dez anos brinca na rua

Percorra a galeria e veja algumas das conclusões do estudo Portugal a Brincar e que foi apresentado nesta manhã de terça-feira, 30 de abril [Fotografias: Shutterstock]
25% das crianças brincam duas a três horas por dia, compondo o maior grupo
24,3% brincam 5 horas ou mais diárias e 17,1% fazem-no, em média três a quatro horas a cada dia
7 em cada dez pais considera que, para brincarem, as crianças precisam de tempo livre
Só 2,2% das crianças filhos dos inquiridos brincam na rua, sendo que 41,2% dos pais gostaria de mudar esta realidade
Mais de metade das crianças (53,8%) brinca na escola. Seguem-se os que o fazem no lar da família (30,4%), em casa dos avós (6,3%), nos centros de Atividades de Tempos Livres (4,5%)
6,9% dos respondentes a este inquérito afirmou não brincar com a sua descendência
Mais de metade das crianças (55,3%) brinca com crianças da mesma idade. 13,8 % fazem-no com irmãos
“As crianças habitualmente brincam com os pais em conjunto (31,4%) ou apenas com a mãe (22,9%)”, refere o estudo. Durante a semana, quase metade dos inquiridos diz conseguir brincar, no máximo, uma hora com os mais pequenos. 27,8% garante que o faz durante duas horas
Quase 2/3 (65,3%) das crianças brincam com tablets ou smartphones, sendo que 21,6% já têm os seus próprios dispositivos. De fora ficam, segundo um estudo, 1/3 dos miúdos (34,7%), que não brincam com dispositivos eletrónicos
73,3% das crianças – dizem os pais – têm mais brinquedos não eletrónicos do que eletrónicos
Mais de metade dos miúdos (53,9%) manuseia tecnologias uma hora ou menos por dia. 9,8% fazem-no durante uma a duas horas diárias. 0,1% usa telemóveis ou tablets cinco ou mais horas por dia
Quase 1/3 das crianças (30,8%) recebeu 15 ou mais brinquedos num ano. 29,3% recebeu seis a dez e 22,2% teve entre dez e 15 brinquedos em igual período
75,8% não se importa que os filhos cheguem da escola sujos como sendo um “sinal positivo” de que a criança brincou na escola
Os pais são quem mais oferece brinquedos (36%), com as mães a tomarem a dianteira (27,8%). Os avós seguem-se-lhe (27%), bem como os outros familiares (26,2%). No fim da lista estão os amigos, com 3,5%
Quase metade dos pais (48,9%) faz, a par com os seus filhos, uma doação de brinquedos por ano
Quase ¼ das crianças (23,9%) recorre a videojogos no momento de brincar
Mais de metade dos miúdos até dez anos (56,6%) vê até uma hora de televisão por dia. 29,6% fazem-no até duas horas diárias

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Em Portugal, há muito que a rua deixou de ser um local preferencial de brincadeira para os mais pequenos (só 2,2% é que o fazem), embora perto de metade dos pais gostasse de ver essa realidade contrariada. Esta é uma das conclusões do inquérito Portugal a Brincar e que está a ser apresentado esta terça-feira, 30 de abril, no âmbito da conferência Estrelas & Ouriços, que está a decorrer em Cascais.

“Antigamente, havia mais espaços e mais possibilidades para a criança brincar ao ar livremente. O apanágio do sucesso, o ritmo desenfreado e o pensamento de que brincar não é sério apresentam consequências dramáticas para o desenvolvimento das crianças”, referiu, em comunicado de imprensa, Rui Mendes, o coordenador deste estudo que auscultou perto de 1500 progenitores.

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Segundo os inquiridos – dos quais 92% são do sexo feminino -, ¼ das crianças (25%) só brinca duas a três horas diárias, tempo que os pais, referem os autores do estudo, consideram ser insuficiente. Estas e outras conclusões desta análise, que contou com respostas voluntárias por parte de pais de crianças até 10 anos e de ambos sexos, podem ser consultadas na galeria acima.

Os miúdos brincam, refere ao estudo, onde passam exatamente mais tempo: a escola, seguido do lar da família e a casa dos avós.

Brincadeiras e tecnologia

Quanto às relações lúdicas com as tecnologias, apesar de a maioria ter menos brinquedos eletrónicos do que dos restantes, certo é que, olhando para a utilização de tablets ou smartphones, 65,3% dos miúdos até dez anos já os incorporam nas suas brincadeiras. Mais: pouco mais de 1/5 das crianças (21,6%) já dispõe dos seus próprios aparelhos, ou seja, já são mesmo deles.

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De acordo com o comunicado de imprensa, “34,9% dos pais tem 1 a 3 aplicações instaladas, 19,2% tem entre 4 a 6 aplicações instaladas e 10,8% tem instaladas mais de 6 aplicações”. Quanto ao tempo aplicado nas tecnologias, mais de metade das crianças até dez anos (53,9%) “faz um uso moderado e brinca no máximo uma hora por dia, independentemente da faixa etária”.

Estas conclusões decorrem do trabalho de mestrado em Jogo e Motricidade na Infância, da Escola Superior de Educação de Coimbra e foi desenvolvido em parceria com o Instituto de Apoio à Criança.

Imagem de destaque: Shutterstock

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