“Sou uma mulher lésbica”. Mariana Mortágua assume homossexualidade contra tentativas de “desgaste público”

Mariana Mortágua
[Fotografia: Leonardo Negrão / Global Imagens]

A revelação da deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua foi feita na abertura do programa Linhas Vermelhas, que protagoniza na SIC Notícias e com a antiga deputada Cecília Meireles.

A também candidata à liderança do partido, prevista para maio, fez esta declaração para mostrar repudio por tentativas de “desgaste público”, diz-se “preparada para tudo”, garante que não se deixará condicionar e falou sobre isto como forma de antecipar eventuais ataques que venha a sofrer contra si.

Um testemunho feito a propósito do mais recente processo judicial e que foi arquivado pelo Tribunal Central de Instrução Criminal. “Seja porque eu sou mulher, seja porque sou de esquerda, seja porque sou uma mulher lésbica, seja porque sou filha de um resistente antifascista, com um passado e uma importante história, seja porque aparentemente tenho o dom de incomodar algumas pessoas com muito poder. E eu sei que, para algumas pessoas, nos dias que correm, vale tudo na política, e a mim resta-me dizer que estou preparada para tudo. Vou continuar a ser quem sou e a fazer exatamente o meu trabalho como tenho feito até aqui”, afirmou.

Para a deputada bloquista, a pressão judicial e perseguição política a que tem estado sujeita vai continuar e vai até subir de tom e subir de nível”, disse Mariana Mortágua. Defendeu ainda que “estes processos têm um intuito muito claro que é o desgaste público seja porque no decorrer destes processos a comunicação social vai dando nota que eles acontecem, mesmo que o seu desfecho seja o arquivamento”.

Com esta revelação, Mariana Mortágua junta o seu nome ao de várias figuras públicas e da política que já o fizeram. Entre eles, a ex-ministra da Cultura Graça Fonseca, o vice-presidente do PSD Paulo Rangel e o antigo secretário de Estado Adolfo Mesquita Nunes.