Bullying. Ameaças e insultos crescem, violência física domina nas escolas

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[Fotografia: Norma Mortensen/Pexels]

Em véspera de se evocar o Dia Mundial do Combate ao Bullying, esta quinta-feira, 20 de outubro, dados da Polícia de Segurança Pública (PSP) traçam retrospetiva do número de ocorrências de bullying em contexto escolar.

Para lá de um crescimento gigante nas ameaças, insultos e violência física após o período de confinamento, os dados retrospetivos a nove anos letivos indicam um aumento dos ataques verbais e um a ligeira quebra nos físicos, sendo estes ainda e de longe os predominantes.

No ano letivo de 2013/2014 foram registados 1352 episódios por agressões físicas, o que compara com 1169 respeitantes a 2021/2022 Quanto às injúrias e ameaças, estas subiram, em igual período, de 557 para os 752 casos. “As ocorrências por agressões, injúrias e ameaças estão alinhadas com os totais registados nos anos anteriores à COVID-19, mantendo-se a tendência para um aumento das ocorrências que implicam injúrias e ameaças e o decréscimo das agressões, indiciando uma denúncia precoce do conflito”, justifica a autoridade de segurança na mesma nota.

Em comunicado, a PSP assinala que “estes dados [ano letivo 2021/22] revelam o aumento do número total de ocorrências, pós período de atividades não presenciais causado pela COVID-19. Ainda assim, houve um decréscimo no número de ocorrências registadas em contexto escolar relativamente ao ano letivo de 2018/2019, último antes da pandemia”.

Sobre o perfil das vítimas, a mesma nota enviada à comunicação social que foram identificadas “2.183 das quais 1.192 do género masculino e 1.000 do género feminino”, com uma maior preponderância nas faixas etárias dos 12 aos 15 anos. Deste grupo etário, “582 são do género masculino (61,5%) e 364 do género feminino (38,5%).”

No que diz respeito aos suspeitos e agressores, a PSP aponta um total de “2.525 jovens dos quais 1.848 do género masculino e 679 do género feminino”. A faixa etária com maior incidência de casos é a mesma da das vítimas, sendo que, neste caso, “os suspeitos/agressores 869 são do género masculino (76%) e 275 do género feminino (24%)”, refere a nota enviada à comunicação social.

“Acreditamos que a forte aposta concretizada nas ações de informação e sensibilização e contactos individuais, a qual que se irá manter no presente ano letivo, contribuirá juntamente com outras condições para contrariar esta inversão da tendência de decréscimo que se verificava de forma consistente desde o ano letivo 2013/2014”, lê-se.