Endometriose volta à rua a 25 de março para sensibilizar para a doença

endometriose
[Fotografia: Divulgação]

No âmbito do movimento mundial WorldWide EndoMarch, a MulherEndo – Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose – convoca uma marcha pela maior sensibilização e divulgação da doença. A EndoMarcha vai acontecer a 25 de março, no Parque das Nações, a partir das 14.00 horas.

À semelhança dos anos anteriores, o evento visa representar Portugal numa iniciativa que acontece, simultaneamente, em vários países do mundo, com o intuito de reforçar a mensagem para a importância de haver uma maior consciencialização sobre a Endometriose.

A Endometriose – que se caracteriza pelo aparecimento de tecido do endométrio fora do útero – é uma doença que provoca dores pélvicas crónicas incapacitantes e infertilidade.

Existem cerca de 350 mil mulheres com esta doença em Portugal, uma estatística que resulta da certeza de que uma em cada 10 em idade fértil é atingida com este problema, que é mais comum em idades compreendidas entre os 30 e os 35 anos, segundo a ginecologista-obstetra, Filipa Osório. A médica também afirma que a “desvalorização dos sintomas permite a evolução da doença.” Este facto pode explicar-se pelo facto dos sintomas poderem ser confundidos com outras doenças, visto que se caracterizam pela dor na zona pélvica, manifestada durante a menstruação, durante as relações sexuais e ao urinar e evacuar. Por este motivo, não deve recorrer a nenhum tratamento sem efetuar primeiro o diagnóstico.

De acordo com a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, os custos diretos e indiretos associados aos cuidados de saúde com a endometriose são comparáveis aos de outras doenças, como diabetes tipo 2 ou com a artrite reumatóide. No entanto, a atenção que lhe é dada não é proporcional ao seu peso. A médica ginecologista-obstetra considera que esta constatação se deve à falta de conhecimento sobre a enfermidade.

O tratamento aplicado à endometriose que, por enquanto, não cura, visa “levar à atrofia do endométrio, seja ele dentro ou fora do útero, o que faz com que não cresça, estabilize e acabe por não se desenvolver, pelo uso de terapêutica hormonal”, remata Filipa Osório.

Em fevereiro, a endometriose e adenomiose estiveram a debate parlamentar, com a larga maioria dos partidos a apresentar propostas e resoluções no sentido de melhorar condições das mulheres que sofrem destas doenças quer no trabalho, quer na saúde. Porém, a maioria socialista chumbava a maior parte dos diplomas.

Tendo em conta o o que observámos e a unanimidade de todos os partidos políticos da implementação destas medidas para a Endometriose e Adenomiose, todas estas rejeições no Parlamento foram mesmo um balde agua fria”. O desabafo é da presidente da MulherEndo — Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, Susana Fonseca.