Das redes cerebrais aos oceanos: Trabalhos de quatro cientistas portuguesas premiados

A edição deste ano dos prémios ‘Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência’ distinguiu quatro investigadoras com trabalhos sobre o lúpus, discos intervertebrais, redes cerebrais e vida nos oceanos.

As investigadoras premiadas foram Patrícia Costa Reis, pediatra no Hospital de Santa Maria e professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Joana Cabral, investigadora no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, Joana Caldeira, Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S/INEB) da Universidade do Porto, e Diana Madeira, investigadora no CESAM/ECOMARE da Universidade de Aveiro.

As quatro investigadoras, já doutoradas e com idades entre os 30 e os 36 anos, foram selecionadas entre mais de 70 candidatas por um júri, presidido por Alexandre Quintanilha, refere a L’Óreal, em comunicado.

Cada uma receberá um prémio individual de 15 mil euros, que visa apoiar as respetivas pesquisas e motivar o seguimento e desenvolvimento de “estudos relevantes nas áreas da saúde e ambiente, assim como inspirar uma ciência e uma sociedade mais inclusiva e equitativa”, refere o texto.

A relação entre a ativação crónica do sistema imunitário nos doentes com lúpus e a permeabilidade do seu intestino, a matemática para representar as redes funcionais em que se organiza o cérebro humano, a possibilidade de regenerar os discos intervertebrais combinando tecnologias de edição genética e terapias estaminais e a adaptação dos organismos marinhos a um oceano pressionado pelas alterações climáticas e pela poluição, foram os pontos de partida dos quatro projetos de investigação selecionados, que pode conhecer melhor, assim como às investigadoras premiadas, na galeria, em cima.

Medalhas para as Mulheres na Ciência já são entregues há 15 anos em Portugal

No top 100 do Índice Bloomberg para Igualdade de Género de 2018, que valoriza as empresas mais empenhadas com a promoção da igualdade de género, a L’Óreal promove esta iniciativa há 15 anos em Portugal, numa parceria com a Comissão Nacional da UNESCO e com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

Os prémios integram o programa For Women in Science, criado há 21, a nível global, através da sua Fundação L’Óreal e a UNESCO.

No âmbito das ações para promover a ciência e a investigação, a marca já apoiou mais de 3100 investigadoras de 117 países, na sua maioria jovens, mas também cientistas consagradas, entre as quais Elizabeth H. Blackburn e Ada Yonath, ambas reconhecidas com o Prémio Nobel da Medicina e da Química em 2009.

Em Portugal, o número de mulheres nas áreas científicas tem vindo a crescer, sendo a percentagem de mulheres investigadoras de 45%, acima da média europeia, segundo dados recentes da Comissão Europeia.

“Portugal está a fazer um percurso positivo na igualdade de oportunidades e no reconhecimento das mulheres na área da ciência, porém há ainda muito por fazer, sobretudo nos lugares de topo”, refere Cátia Martins, CEO da L’Oréal Portugal.

A responsável sublinha que estes prémios visam reconhecer “o mérito e a importância” das jovens cientistas e servir de “incentivo para prosseguirem a fazer ciência com qualidade”.

“A L’Oréal continuará a dar o seu contributo, em Portugal e nos mais de 120 países onde está presente, para desafiar mentalidades e promover a igualdade de género na ciência”, conclui.

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