Malala quer que as mulheres mudem o mundo

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Nobel Peace Prize winner Malala Yousafzai speaks during the first focus event on education at the donors Conference for Syria in London, Britain February 4, 2016. REUTERS/Matt Dunham/pool - RTX25EHY

A ativista paquistanesa Malala Yousafzai apela às mulheres para “mudarem o mundo” sem estarem à espera que outros o façam por elas.

Nós não vamos pedir aos homens que mudem o mundo, nós vamos fazer isso, nós próprias“, disse a jovem ativista pela educação das mulheres e raparigas, perante uma assembleia em grande parte feminina, em Davos, na Suíça, esta quinta-feira, 25 de janeiro.

No discurso, proferido numa das conferências da cimeira do Fórum Económico Mundial, Malala lembrou o pai, “um feminista que desafiou a sociedade” paquistanesa para apoiá-la e as lições que aprendeu dele.

“O feminismo é apenas mais uma palavra para a igualdade (…) significa apenas que as mulheres devem ter os mesmos direitos que os homens”, disse a ativista.

A Prémio Nobel da Paz de 2014 contou que foi o pai que lhe deu “o nome de Malala, uma heroína Pashtun, que era famosa por sua bravura e força”.

Obrigada a fugir do seu país depois de ser vítima de uma tentativa de assassínio por parte dos talibãs em 2012, a ativista de 20 anos disse esperar “poder voltar ao Paquistão um dia” e rever a família e amigos, de cuja companhia tem estado privada nos últimos cinco anos.

“Nós não vamos pedir aos homens que mudem o mundo, nós vamos fazer isso, nós mesmas”

A jovem ativista continua a bater-se pelos direitos das mulheres, visitando campos de refugiados ou discursando em fóruns em todo o mundo. Ao mesmo tempo prossegue os estudos de Economia, Filosofia e Ciência Política na Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A educação das meninas e raparigas é a sua principal bandeira, que também não esqueceu de levar a Davos.

“Eu não posso enviar todas as meninas para a escola, mas posso enviar o maior número possível”, sublinhou, lembrando que mais de 130 milhões de jovens e crianças do sexo feminino são privadas de educação.

Malala é uma das figuras femininas em destaque no encontro que reúne todos os anos a elite da política e económica nos Alpes suíços, e que este ano foi dominado por conferencistas mulheres, apesar de continuar a ser um espaço em que 80% dos participantes são homens.

Este ano, o encontro também se quis alinhar com as causas da atualidade, e além de chamar a atenção para as questões das diferenças de género, no geral, incluiu, na agenda dos debates, um lugar para o movimento mundial de defesa das mulheres #Metoo.

O que têm Isabel II e Malala Yousafzai em comum?

 

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Imagem de destaque: REUTERS/Matt Dunham

AT com Lusa