Mutação genética ligada à psoríase, avançam cientistas

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[Fotografia: Pexels/Armin Rimoldi]

Cientistas da Universidade Nacional Australiana descobriram uma mutação genética responsável pela psoríase, uma doença crónica inflamatória da pele, que causa lesões com relevo, vermelhas e escamosas, podendo também afetar as articulações.

A psoríase é uma doença autoimune, ocorrendo assim quando o sistema imunológico ataca células saudáveis que erroneamente percebe como uma ameaça.

Os resultados da investigação, realizada em ratos, foram publicados na revista científicaNatureCommunications (que pode ler no original aqui), informou a agência noticiosa espanhola EFE, citando um comunicado da universidade.

Uma das investigadoras, Chelisa Cardinez, disse que se tiverem duas cópias desse gene mutado (conhecido como IKBKB), os doentes com psoríase podem desenvolver artrite psoriática, que causa dor, rigidez e inchaço nas articulações.

Segundo a Associação Portuguesa da Psoríase, a artrite psoriática afeta principalmente as articulações dos dedos e a coluna vertebral e “cerca de 10-30% dos doentes desenvolvem este tipo” da doença.

A equipa científica descobriu que a mutação afeta as células T reguladoras, que normalmente regulam a resposta do sistema imunitário às enfermidades e que, neste caso, contribuem “para a inflamação e favorecem o aparecimento de doenças”, explicou Cardinez.

A descoberta permitiu que os cientistas saibam agora o que causa a progressão de uma doença que afeta apenas a pele para outra que também prejudica as articulações e esperam que melhore o diagnóstico e o tratamento dos doentes.

Segundo a investigadora, existem estudos que mostram que o atraso no diagnóstico da artrite psoriática está ligado a piores desfechos clínicos para os pacientes. Atualmente existem tratamentos que podem ajudar a controlar a doença.

LUSA