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Para estas mulheres pai quer dizer empoderamento

Barbara Barrett, 67 anos, presidente da Aeorspace Coorporation: “Pensava que uma mulher tinha três escolhas, que podia ser ou professora, ou secretária ou enfermeira. Eu não sabia nessa altura que desmaiava quando vejo sangue, por isso respondi que queria ser enfermeira. O meu pai, que estava de costas para mim, não se virou, não olhou para cima, não olhou para mim, apenas disse: “porque não uma médica?”. Eu tinha respondido enfermeira porque não sabia que as raparigas se podiam tornar médicas. Não havia mulheres médicas. Esta frase do meu pai abriu os meus olhos, percebi na altura que não precisava de me confinar ao que já existia”, afirmou em entrevista ao Delas.pt
Jyoti Kirit Parikh, 76 anos, cientista e diretora executiva do instituto Integrated Research for Action and Development (IRADe): “As grandes limitações na Índia em relação às raparigas que querem estudar ciência estão mais relacionadas com as famílias e a sua condição. Há famílias que querem que as filhas se formem, sejam rapazes ou raparigas, por exemplo, e façam a diferença. E há outras famílias onde não lhes é permitido prosseguirem os estudos a um nível superior”, diz a cientista indiana. Na sua época era “diferente, claro”. “Mas eu era de uma área urbana e além disso o meu pai era um progressista. Sim, mas nessa altura era mais difícil, em termos da sociedade. Para mim não foi tanto, porque tinha um pai assim”, em entrevista ao Delas.pt.
Rita Redshoes, 36 anos, cantora, música e compositora: Pergunta - O seu pai, que foi treinador do Sporting, percebeu o que queria quando lhe disse que o seu nome artístico ia ser Redshoes (‘sapatos vermelhos’ em português)? Resposta -.O meu pai perguntou-me: ‘Tem mesmo de ser, não é?’ (…) “Em minha casa eu nunca tinha sentido uma diferenciação por parte dos amigos que tocavam comigo, do meu irmão ou do meu pai por ser mulher. E quando tive os primeiros episódios, sobretudo a trabalhar com homens, demorei muito tempo a perceber e pus-me muitas vezes em causa a achar que era eu que, se calhar, pouco assertiva ou que não sabia o que estava a dizer e que, por isso, era posta à margem dos assuntos”, disse a cantora em entrevista ao Delas.
Jessa Duggar, 25 anos, do reality show Counting On (TLC). Estou tão agradecida ao meu pai que nos ensinou a trabalhar arduamente no negócio da família – remodelação e renovação de imóveis, manutenção, etc. Nunca deixou que outros afazeres o afastassem da família, dedicando os fins de semana a caminhadas familiares, a passeios de bicicleta, a horas no parque, a compras de supermercado", disse em entrevista ao Delas.pt
Isabela Figueiredo, 55 anos, escritora, autora dos livros 'A Gorda' e' Caderno de Memórias Coloniais', tem no pai uma grande inspiração literária: "Tinha aquela personagem gigantesca e maravilhosa que foi o meu pai na minha vida e queria escrever sobre o meu pai", em entrevista ao programa da TSF, Conversa Delas.
Inês Caldeira, presidente da L'Oréal Portugal, afirma que foi o pai que a tornou uma mulher emancipada: "Eu provavelmente fui educada de uma forma diferente. É uma circunstância que começo a verificar em homens que têm duas filhas: fui educada na crença que era sempre possível. Não fui sujeita a estereotipos. Não foi feita de forma programada e provavelmente aconteceu porque o meu pai não tinha filhos. Lembro-em perfeitamente de ao sábado de manhã, no Inverno, irmos jogar à bola para a praia, o que não é uma coisa muito feminina. Lembro-me de o meu pai dizer 'se tu não és capaz ninguém é capaz'", disse na Conversa Delas. [Fotografia: Orlando Almeida / Global Imagens]
Jessica Silva, 23 anos, futebolista e jogadora da seleção nacional feminina de futebol: “O meu falecido pai foi jogador da bola, foi profissional - Valter Silva, jogou no Belenenses, mas teve um azar, um acidente muito grande e teve depois muitos problemas. Acho mesmo que nasci com isto da bola e acredito que tenha sido uma dádiva do meu pai. Era muito nova quando ele faleceu. Gostava muito que ele e o meu avô estivessem perto para me poderem acompanhar e para verem que eu tinha conseguido ser profissional (…) Vou continuando a minha caminhada, sempre ambiciosa”, afirmou em entrevista ao Delas.pt
Clarice Falcão, 28 anos, artista brasileira, sobre a influência do pai na música que escreve: "O meu pai sempre compôs. Neste CD tem uma música dele e eu acho que também tem uma influência", em entrevista ao Delas.pt [Fotografia: Paulo Spranger/Global Imagens]

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No Dia do Pai – que se assinala esta segunda-feira, 19 de março -, recuperamos excertos de entrevistas que fizemos a mulheres das mais variadas profissões e que revelaram que, em algum momento da sua vida, se sentiram empoderadas ou inspiradas pela figura paterna.

Artistas, cientistas, executivas, escritoras e desportistas lembram como o exemplo dos seus pais contribuiu para se tornarem nas mulheres que são hoje e como, em alguns casos, eles foram decisivos para ousarem ir além dos limites que a sociedade e a cultura impunham a quem nascesse com o sexo feminino.

A futebolista Jéssica Silva, as cantoras Clarice Falcão e Rita Redshoes, a cientista indiana Jyoti Kirit Parikh e a executiva Barbara Barrett são alguns dos exemplos. Veja, na fotogaleria em cima, o que essas e outras mulheres disseram ao Delas.pt, sobre os seus pais.

Ana Tomás e Carla Macedo

Nicholas Sparks. “As minhas filhas choravam com coisas como: ‘o hamster parece triste’”

Imagens de destaques: Shutterstock