Porque bebemos menos água na quarentena?

Young woman drinking pure glass of water

Estar mais em casa, em novos ritmos devido à necessidade de confinamento social, está a mexer com os hábitos dos portugueses e um deles está a revelar-se especialmente frequente: menor consumo de água.

“Está a ser uma tendência demasiado frequente, tem sido uma das queixas mais comuns dos pacientes e diria que tem muito a ver com o que já acontece durante o fim de semana”, alerta Iara Rodrigues. A nutricionista, que também tem vindo a acompanhar a apresentadora da SIC, Cristina Ferreira, lembra que a interrupção de rotinas é um dos fatores que está a levar a esta quebra.

“Nos locais de trabalho há sempre aquela garrafa de água que se coloca à secretária, o que ajuda na monitorização, há o efeito mimético de vermos alguém a beber ao nosso lado. Quando chega o fim de semana, as pessoas esquecem-se porque ou saem de casa – o que não é atualmente o caso – ou porque estão exacerbadas nas tarefas do quotidiano, dentro de portas”, argumenta a nutricionista.

Iara Rodrigues [Fotografia: DR]
Um hábito demasiado importante que não pode ser esquecido sobretudo porque é preciso levar as crianças a beber água e também os mais velhos, se estiverem no agregado. “Muitas vezes, só se lembram de beber um copo de água à refeição, que é quando têm sede”.

Iara Rodrigues sublinha que se trata de um hábito que deve ser mantido sob pena de os efeitos de desidratação se começarem a manifestar após alguns dias. “Ao fim de uma semana, a pessoa sente que a pele está mais seca”.

Por isso, como não basta afirmar e repetir para beber água, a nutricionista deixa alguns truques que podem ajudar a aumentar a ingestão em tempo de quarentena e de rotinas alteradas.

“Sempre que for comer, deve beber um copo de água. Podemos também fazer um ao acordar e um outro ao deitar. Se for um copo à volta dos 300 ml, já terminamos o dia com um litro e meio ingerido”, contabiliza Iara Rodrigues.

“Depois, não há problema em ter uma garrafinha de meio litro por perto para garantir que bebemos e que sabemos que a temos de encher três vezes por dia”, exemplifica, como alternativa.

Para quem gosta de tecnologias, a especialista recomenda o uso de aplicações gratuitas. “Mais do que escrever uma nota com vários alarmes, baixar uma aplicação, e há umas mais dinâmicas que outras, pode ajudar”, refere Iara Rodrigues, sem indicar nomes: “Qualquer uma que comece por Drink Water [beber água em tradução literal] é indicada. Acima de tudo, o importante é que a pessoa possa ver e agir em tempo real e as aplicações ajudam porque, creio, levam a que as pessoas confirmem o que estão a fazer.”

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