Portugal garante à ONU que combate à violência doméstica é “prioridade absoluta”

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A secretária de Estado da Justiça garantiu esta quarta-feira, 8 de maio, em Genebra, Suíça, que a prevenção e o combate à violência doméstica continuam a ser “uma prioridade absoluta”, para o governo português, reconhecendo o alarme social que o crime suscita.

Falando no terceiro exame periódico universal de Portugal pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, Anabela Pedroso disse que o Governo está “consciente do profundo impacto deste tipo de crime na vida das vítimas e seus familiares”, apresentando dados e medidas adotadas.

O relatório apresentado por Anabela Pedroso refere que o número de queixas e denúncias recebidas pelas autoridades policiais mantém-se estável, com cerca de 27 mil por ano.

Em contraste, houve um aumento de 18% no número de arguidos e de 14% dos condenados, entre 2014 e 2017, em resultado da prevenção e investigação destes crimes.

Anabela Pedroso lembrou que Portugal, foi considerado, em 2014, pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, um dos países no qual existe o nível de consciencialização mais elevado sobre a prevenção da violência doméstica.

Entre as medidas enumeradas pela secretária de Estado está a Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação, que inclui um Plano de ação para a prevenção e o combate à violência contra as mulheres e à violência doméstica.

Referiu que existem 1.175 agentes com formação específica para lidar com a violência doméstica, bem como 457 Salas de Atendimento à Vítima, em esquadras de polícia e assinalou que 43% das medidas de vigilância eletrónica em execução correspondem a casos de violência doméstica, mais do dobro que 2014.

“Assistiu-se no período em análise a um aumento de 42% do financiamento público à Rede Nacional de Apoio à Vítima de Violência Doméstica, sendo que entre 2017 e 2019, a alocação global de verbas para a prevenção e combate ao fenómeno aumentou 67%”, frisou.

A relatório apontou as medidas de proteção de crianças, nomeadamente alterações ao regime da adoção, da proteção de crianças e jovens em risco ou em conflito com a lei e efetuada a regulação das responsabilidades parentais.

Quanto à violência sexual contra crianças, a condenação por este tipo de crimes implica, desde 2015, a proibição de exercício de profissões que envolva o contacto com menores e a inibição de responsabilidade parentais.

Contudo, ciente da importância de reabilitar os agressores sexuais, 358 reclusos já frequentaram um programa de reabilitação, desde 2102, estando previsto o seu alargamento a mais estabelecimentos prisionais até ao final deste ano.

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