Jogar de calções brancos traz piores resultados, a explicação é vermelha

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[Fotografia: Miguel Pereira/Global Imagens]

Alex Krumer é um economista do desporto, professor na Molde University College da Noruega e decidiu olhar ao detalhe para os resultados desportivos dos Mundiais e dos Europeus entre 2002 e 2023, cuja vitória da competição feminina foi conquistada pela seleção espanhola.

O investigador concluiu que a cor dos calções influencia diretamente o desempenho das jogadoras. E há uma em especial que, pior do que trazer má sorte, acarreta ansiedade e, com esta, piores resultados.

Para o investigador, as equipas femininas que usam calções brancos conquistaram uma média de 1.27 pontos por jogo comparadas com outras que escolhiam tonalidades mais escuras. Estas obtiveram 1.57 pontos por jogo. Nas equipas masculinas, não foi detetada qualquer variação.

Perante resultados tão claros como estes, não há dúvida de que a resposta apenas pode recair sobre um fator: a ansiedade menstrual e o medo de que o período seja visível nos calções.

A diferença é significativa e não pode ser explicada por diferenças na classificação. As equipas que usam calções brancos têm uma classificação média da FIFA de 13,6 nos meus dados, e as equipas que não o fazem têm 13,7”, revela o autor do estudo.

Por isso, Krumer crê que é aconselhável mudar as cores dos calções porque “por um lado, as mulheres vão ficar muito mais confortáveis e, por outro, o número de derrotas será menor”. Por isso, e sendo que muitas vezes os equipamentos ainda são decididos por homens, estes detalhes acabam por não ser contemplados no processo de escolha, embora devessem.

E se tal se aplica ao futebol, para o economista norueguês deve ser uma realidade que deve ser estendida a outras modalidades desportivas porque acredita que esta análise vem explicar as razões das altas taxas de desistência de raparigas das atividades desportivas ainda na adolescência.

“Tal pode significar que as mulheres participam menos no desporto. Mas o desporto deve ser um veículo para o empoderamento de género, por exemplo, através das redes sociais. Se as mulheres praticarem menos desporto, terão menos redes e menos possibilidades de serem contratadas para bons empregos e ganharem muito dinheiro”, justifica Alex Krumer.