Sexting: Terapeuta sexual antecipa novas dificuldades de comunicação

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[Fotografia: istock]

O fim do isolamento social não acaba com os cuidados para evitar a propagação do novo Coronavírus em matéria sexual. A vida pode recuperar alguma normalidade, mas há requisitos que vão continuar a ter de ser cumpridos devido ao risco da doença.

No entanto, depois de tanto tempo de afastamento e de procurar novas formas de comunicação a dois – com o sexting (envio de textos de cariz sexual) a tomar as rédeas – o que virá depois? Susana Dias Ramos não está muito confiante. A especialista em Sexualidade Clínica e Terapia de Casal crê que os problemas de comunicação podem estar para ficar.

Susana Dias Ramos [Fotografia: DR]
Susana Dias Ramos [Fotografia: DR]
“Temo que depois de passar a quarentena as pessoas vão ter alguma dificuldade em comunicar novamente. Naquilo que tenho visto, com o evoluir destes últimos dez anos, é que o ser humano está cada vez mais preguiçoso no que concerne às relações humanas”, refere ao Delas.pt em conversa por escrito. “Tenho pena que se esteja cada vez mais a perder o contacto humano que realmente interessa”, desabafa.

A psicóloga, que tem vindo a dar um conselho por dia a casais para apimentar a relação em tempo de confinamento, considera que “tudo o que envolva o menor gasto energético possível com o outro é bem-vindo. Nunca pensei, sou sincera, que tão rápido se estendesse ao sexo”, desabafa.

Não acredita que o sexting tenha tido “uma maior aderência devido aos tempos que se vivem”. “Quem já o usava continua a fazê-lo só que com maior regularidade, qualidade e ousadia. Para quem nunca usou, poucas são as pessoas que lhe dão início nestes tempos em que estão mais afastadas e receosas”.