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SOS pais: Como evitar e resolver birras em tempo de férias

Percorra a galeria e veja, numa primeira fase, como evitar as birras em seis passos simples. Posteriormente, fique a saber como as pode debelar. Dicas, truques, recomendações deixadas por Inês Afonso Marques, psicóloga clínica e coordenadora da equipa infanto-juvenil da Oficina da Psicologia [Fotografias: Shutterstock]
Desligar (d)a tecnologia
Permitir que a criança participe nas férias, ou seja, que possa escolher a praia onde vão, o restaurante onde vão, o museu a visitar…
Criar um (ou mais) momento(s) de atenção plena à criança, diariamente. Uma brincadeira escolhida pela criança para estarem em interação, em sintonia emocional, é tudo o que interessa. Tudo o resto pode esperar.
Criar momentos de partilha daquilo que se pensa e sente. Dar tempo e espaço para a criança falar sobre o seu mundo interior
Não é necessário estar sempre a entreter as crianças com medo que se aborreçam e que com isso façam birras. Aliás, o aborrecimento é um aliado da criatividade
Respeitar os tempos de sono e descanso. Mesmo que os horários sejam mais flexíveis em tempo de férias, o descanso (e as rotinas da alimentação) dos mais pequenos deve continuar a ser respeitado, pelo impacto que tem no humor e na gestão emocional
Se a birra surgir, prossiga sobre as setas e conheça mais seis métodos possíveis
Respirar fundo e… (estes segundos de “pausa” permitem aos pais agirem em vez de reagirem impulsivamente) tentar perceber… “O que estará a criança a tentar dizer com este comportamento? “O que está ela a pedir?”
Escolher que “batalhas” travar. Sempre, mas principalmente numa época do ano em que o convite é ao descanso, os pais devem focar-se no essencial. Podem ser mais rigorosos com rotinas do sono e segurança no carro, mas muito flexíveis em relação a outros temas… Os horários, a ordem dos pratos nas refeições, no dia em que a criança quer começar pelo prato principal, comer depois a fruta e deixar a sopa para o fim; ao número de doces permitidos; o número de brinquedos que leva para a praia
Quando uma birra parece emergir, pode ser útil distrair a criança ou redirecionar a sua atenção para outro objeto/assunto/local
Nas crianças mais pequenas, oferecer escolhas limitadas, em alternativa a questões abertas. Em vez de “o que queres vestir?”, perguntar “Hoje está imenso calor. Queres o top branco ou o das flores?” Por um lado, a criança sente-se mais confiante a autónoma por poder escolher, por outro lado o adulto gere melhor o tempo de escolha quando a criança habitualmente parece ter dificuldade em cooperar
Minimizar situações de conflito. Por exemplo, sabendo que as horas de repouso são fundamentais para promover o bom humor dos mais pequenos, evitar saídas à hora da sesta ou adiar demasiado o sono da noite. Se se optar por ir àquele jantar com os amigos ou fazer as compras antes dos amigos chegarem para o lanche e optar levar a criança, pensar antecipadamente como tornar o programa aliciante para a criança
Elogiar a criança sempre que age de acordo com o esperado. Por um lado está a aumentar a probabilidade desses “bons comportamentos” voltarem a acontecer, por outro lado, está a ajudar a criança a desenvolver uma auto-imagem positiva.

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Férias são sinal de vida em comum durante 24 horas non stop. E embora se diga que as crianças são a melhor coisa do mundo, há momentos em que duvidamos seriamente da sabedoria popular e dos níveis de resistência.

As birras, a ‘choraminguice’, o ‘beicinho’ e o amuo, os embates frontais nas decisões do dia-a-dia e as repreensões podem arrasar com a paciência e com as férias em família. Aliás, é preciso quebrar esta ideia de duo dinâmico uma vez que estes períodos de descanso “podem ser, por excelência, um momento para criar laços afetivos fortes e estruturantes entre pais e filhos e para as crianças viverem novas experiências”.

Para que o amuo não adie a sesta, a birra não comprometa o bronze, nem o beicinho à mesa estrague o peixe grelhado, a psicóloga clínica e coordenadora da equipa infanto-juvenil da Oficina da Psicologia, Inês Afonso Marques, deixa recomendações que prometem ajudar a evitar e a resolver as explosões de mau-feitio dos mais pequenos.

Truques que podem revelar-se úteis numa altura do ano em que a superfície de atrito aumenta exponencialmente: não só em número de horas como em situações pouco usuais no dia-a-dia. Percorra a galeria acima e fique a conhecer algumas sugestões que podem fazer a diferença e ajudar a instalar a paz e harmonia em tempo de lazer.

Ai George… Afinal, o principezinho também faz birra!

“Claro que mais tempo vivido em conjunto, e tantas vezes em contextos diferentes dos habituais, com regras diferentes do quotidiano, podem abrir caminho para algumas birras”, constata a psicóloga clínica. No entanto, o (pouco) tempo em convívio não tem de ser, refere Inês Afonso Marques, “sinónimo de mais birras”.

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Para a especialista, “os dois bons aliados são a flexibilidade no decorrer dos dias e a atitude de olhar para o período de férias como oportunidades de novas experiências, de tempo de qualidade e de fortalecimento de laços emocionais”.

Inês Afonso Marques lembra que “desligar o piloto automático das rotinas semanais, entre escola, atividades extracurriculares,”, sobretudo porque “as crianças vivem a uma velocidade enorme, restando-lhes pouco tempo para sonharem, para serem crianças e para se sintonizarem emocionalmente com os seus cuidadores”.

Imagem de destaque: Shutterstock

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