Uma morte a cada 50 minutos por doenças relacionadas com o tabaco

Se está a pensar deixar de fumar, aqui talvez ganhe o balanço certo. É que há números que arriscam fazer tossir convulsivamente quem consome tabaco, cujo comportamento tem vindo a aumentar entre o sexo feminino. Na galeria acima veja os efeitos nocivos do consumo da substância nas mulheres.

Segundo o Institute of Healths Metrics and Evaluation, em 2016, morreram em Portugal 11.800 pessoas por doenças relacionadas com o tabaco, o que corresponde à morte de uma pessoa a cada 50 minutos, segundo avança um comunicado do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) e que tem por base os dados anuais do 13º relatório relativamente a este tipo de doenças.

O consumo desta substância continua a ser um fator de risco relevante, sendo causa para doenças respiratórias como doença pulmonar obstrutiva crónica (46,4% do total destas patologias).

Cerca de dois em casa dez casos de cancro tiveram por base o tabaco e este foi causa de 12% das mortes por infeção respiratória inferior. “Sendo ainda responsabilizado por 5,7% das mortes por doença cérebro-cardiovascular e 2,4% das mortes por diabetes”, acrescenta a mesma nota enviada à imprensa.

Para José Alves, presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP), “é preciso alterar a política do tabaco, aplicando mais taxas de forma a aumentar significativamente o preço do tabaco e coimas a quem não respeite a lei anti-tabágica”, afirmou.

Na mesma nota à imprensa, José Alves pede para “alterar a epidemiologia da DPOC, através da generalização da espirometria nos fumadores das faixas etárias mais jovens e não apenas a partir dos 40 anos, como se tem feito em Portugal; a diminuir a incidência do cancro do pulmão, através da cessação tabágica”.

Duas pessoas morrem por hora devido a problemas respiratórios

Segundo as contas agora apresentadas, duas pessoas morrem, por hora, em Portugal devido às doenças respiratórias e cancros associados. Segundo o ONDR, que divulga, esta quinta-feira, 13 de dezembro, dados anuais, este tipo de patologias constituem a primeira causa de internamento (aumento de 26% entre 2007 e 2016) e a terceira causa de morte no país. Só o cancro e as doenças cardiovasculares suplantam aquela alta taxa de mortalidade.

Os dados agora divulgados, e referentes a 2016, foram registadas 13.474 mortes, incluindo os óbitos por cancro da traqueia, brônquios e pulmão.

Olhando para o futuro próximo – já daqui a menos de um ano -, os números antecipam um cenário preocupante: “Estima-se que, em 2020 no mundo, as doenças respiratórias sejam responsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais”, lê-se na nota.

Para António Carvalheira Santos, relator do relatório e responsável pelo ONDR, “ainda existe um deficit na promoção da saúde e na prevenção da doença, por falhas na educação para a saúde”, adiantou em comunicado, apontando a falta de meios de “avaliação funcional dos doentes respiratórios” e, “mais grave ainda”, a quase inexistente oferta “de os doentes fazerem reabilitação respiratória, que deve fazer parte integrante do plano terapêutico de todos os doentes respiratórios crónicos sintomáticos”.

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