Donna Strickland, a especialista em ótica que se tornou a terceira mulher Nobel da Física

Donna Strickland REUTERSPeter Power
Fotografia: Donna Strickland [REUTERS/Peter Power]

A canadiana Donna Strickland tornou-se esta terça-feira, 2 de outubro, a terceira mulher a ganhar um Nobel da Física, depois de Marie Curie, em 1903, e Maria Goeppert-Mayer, em 1963. O prémio foi atribuído ao norte-americano Arthur Ashkin e à equipa formada por Donna Strickland e pelo francês Gérard Mourou, pelas suas invenções no campo da física do laser.

O Nobel da Física 2018 (da esquerda para a direita): Arthur Ashkin, Gérard Mourou e Donna Strickland. [Reuters]
Donna Strickland, de 59 anos, formou-se em Engenharia Física, em 1981, tendo posteriormente tirado um doutoramento em Ótica, em 1989. Com o seu orientador da altura, e co-premiado Gérard Mourou, inventou a Chirped Pulse Amplification, CPA), que, a partir de 1985 viria a tornar-se um padrão para os lasers de alta intensidade, abrindo caminho para a criação dos pulsos de laser mais curtos e intensos jamais criados pelo Homem, como explicou esta terça-feira a Academia Sueca.

Em 1992, a engenheira e investigadora tornou-se membro do Centro de Tecnologia Avançada para Fotónica e Materiais Opto-eletrónicos da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos da América. Cinco anos mais tarde juntar-se-ia ao departamento de Física da Universidade de Waterloo, no Canadá, onde continua a trabalhar como académica e investigadora e onde desenvolveu sistemas de lasers de alta intensidade para investigações óticas não lineares.

Receberia vários prémios pelas suas investigações nesta área e seria presidente da Sociedade de Ótica norte-americana, em 2013.

Da esquerda para a direita, as mulheres Nobel da Física: Donna Strickland (2018), Maria Goeppert-Mayer (1963) e Marie Curie (1903) [DR]

Donna Strickland recebe o Nobel da Física 55 anos depois de Maria Goeppert-Mayer.

A física teórica germano-americana recebeu, com Eugene Paul Wigner e J. Hans D. Jensen, o prémio em 1963, por propor uma nova estrutura do envolvimento do núcleo atómico. Durante a II Guerra Mundial, juntamente com Edward Teller, foi responsável por desenvolver a chamada Bomba de Teller no Laboratório Los Alamos.

Apesar das poucas mulheres a conquistarem o prémio na história do Nobel da Física, nas primeiras edições o galardão foi atribuído a uma investigadora. Marie Curie recebeu o Nobel da Física em 1903 (e em 1911 recebeu o Nobel da Química), partilhado com Pierre Curie e Henri Becquerel, pelas descobertas relacionadas com a radioatividade.

Atualmente, o prémio Nobel da Física, com um valor pecuniário de nove milhões de coroas (870 mil euros), é o segundo destes galardões a ser anunciado, seguindo-se, nos próximos dias, os da Química, da Paz e da Economia.

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