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#delasexplica: o novo léxico do engate

Percorra a galeria e veja os 19 novos conceitos que definem os comportamentos gerados nas aplicações de romance. [Fotografias Shutterstock]
Ghosting: Quando alguém com quem nos envolvemos simplesmente desaparece, tal como um fantasma (ghost), deixando de atender chamadas ou responder a mensagens. Este é já um dos vocábulos que parece já estar no léxico de quem viaja pela web (conheça em detalhe este comportamento e leia testemunhos de quem passou por eles aqui).
Ghostbusting: Em tradução literal, trata-se de uma caça ao fantasma. Se a pessoa desaparece, poderá haver quem não deite a luta por terra e persiga o alvo até o encontrar para conseguir uma resposta, até lhe arrancar uma reação.
Marleying: O conceito aplica-se a todos os 'ex' que, tendo desaparecido, reaparecem no Natal, qual presente surpresa. Ora, o nome deriva da obra Um Conto de Natal (1843), de Charles Dickens, quando o avarento Ebenezer Scrooge é surpreendido pelo sócio Jacob Marley. Já falecido, em vésperas de Natal.
Caspering: Esta está na cara. Lembra-se do Gasparzinho? Pois bem, mais um fantasma para juntar a esta lista. No entanto, este comportamento carateriza-se por ser, ainda assim e inesperadamente, mais amigável. Ou seja, a pessoa que tem tendência a ignorar totalmente qualquer contacto posterior, avisa desde logo que vai desaparecer.
Submarining: Ato de submergir Regressar ao contacto de forma inesperada, tão inesperada como tinha sido antes o desaparecimento. Uma ação que se carateriza por instalar alguma confusão e que se torna evidente em pessoas que sentem que não têm qualquer necessidade de explicar por que desapareceram. Zombieing é uma outra designação que se aproxima deste comportamento.
Breadcrumbing: Aqui fala-se de atenção, de promessa, de expectativa e de.. desilusão. Uma pessoa revela todos os sinais de que procura algo mais sério, mas mantém a devida distância, garantido que tal nunca vai ter lugar.
Benching: Decorrente do léxico desportivo, nada mais é do que “ficar no banco”. Ou seja, há uma lista de potenciais candidatos a 'dates' e a gestão é feita segundo os que vão a jogo – com os quais há troca abundante de mensagens - e os que, estando no banco, vão recebendo promessas de que, a qualquer momento, podem ser titulares.
Shaveducking: Esta aplica-se a todas as que consideram que só se sentem atraídas por quem tem barba.
Sidebarring: Em tradução livre poderíamos considerar algo como 'encostar à barra'. Trata-se, nada mais, nada menos, do que estar ao telemóvel a verificar chamadas, mensagens e redes sociais durante um encontro, ignorando o outro. É a palavra da esfera do romance que equipara à já socialmente conhecida prática de phubbing, ou seja, ignorar quem está connosco, usando o telemóvel.
Stashing: O verbo tanto define juntar, como esconder ou arrumar. Portanto, a relação que começou na Web até já vai longa e séria, mas ainda longe de evoluir para o próximo patamar: conhecer amigos e família. Um atraso que pode significar que a pessoa com quem se está pode ainda andar “no mercado” do romance. Apesar de a prática não ser nova, a definição do conceito emergiu agora desta forma.
Sunday Night Fever: Febre de Domingo à Noite, em tradução literal. Podia ser uma corruptela derivada do filme protagonizado por John Travolta, mas não. O nome decorre do facto de o domingo à noite ser um dos horários de prime-time das aplicações de encontros.
Love Bombing: Assim como rebenta de amor e paixão de forma rápida e inesperada, há um dia em que a pessoa afirma que tudo acabou e ficou em estilhaços. É, tal como o nome indica, uma bomba do amor. Falamos de explosões-surpresa que podem ocorrer em qualquer dos sentido e quando menos se espera. Não é uma prática que tenha surgido com as aplicações, mas ampliou-se seguramente.
Cushioning: Muito próximo da traição, passa por ter uma relação séria e prometer que esta está mesmo no caminho da rutura. Quem faz e diz isto está, ao mesmo tempo, à procura de potenciais novos candidatos que acreditem naquela conversa. Uma promessa que, de resto, poderá nunca ter lugar.
Freeclimbing: Falamos de escalada... de perseguição. Ou seja, assim que há uma aceitação por parte da outra pessoa, dá-se início a um processo detetivesco – de preferência sem deixar rasto, fazendo pesquisa de forma incógnita - para encontrar todos os factos e dados daquelas pessoas na internet. Googlar o nome, procurar e pesquisar ao detalhe o Facebook, o Instagram e mesmo o LinkedIn.
Printing: Deixar rasto. Sim, há pesquisas que deixam rasto nas páginas e este é exatamente o vocábulo que define esse horror de ter sido apanhada.
Serendipidating: Nada mais é do que adiar um encontro na expectativa de encontrar algo melhor até esse primeiro momento
Sexting the waters: O sexting – o envio de mensagens e fotografias de cariz sexual – subjaz a esta definição. Porém, aplica-se aos que, timidamente, prometem que o vão fazer, mas não conseguem ter a coragem esperando que o outro tome a iniciativa. Promessas vãs, portanto!
Lining: Na minha casa? Ou na tua? É indiferente... o importante é poupar na viagem. Ou seja, quem se deslocar sabe que a outra pessoa pagará metade do percurso. Isto é válido para encontros que possam recorrer a serviços de transporte que permitam partilha com um estranho, como a Uber – por exemplo- já dispõe. O conceito nasceu a partir da aplicação de taxis Lyft, que tinha uma opção para viagem partilhada chamada Lyft Line.
Flexting: Sempre que um homem ou uma mulher se 'gaba' das suas qualidades para impressionar o futuro parceiro. Este comportamento costuma ser mais evidente ainda antes do primeiro encontro.

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Tu estás livre e eu estou livre/ E há uma noite para passar…” Quem dera que fosse tudo assim tão simples como prometia e cantava António Variações, na célebre Canção do Engate. As novas tecnologias vieram facilitar os contactos mas passar de um match numa rede social para uma relação tem muito mais que se lhe diga.

Hoje, falar e encontrar um parceiro na net é aplicar anglicismos com os quais todos se entendem e se fazem compreender. As aplicações de encontros só acabam por ampliar ainda mais esta tendência que se sente há anos na Língua Portuguesa e juntam novas palavras ao dicionário corrente. E, no que diz respeito ao enamoramento e engate, os comportamentos ganham nomes que, nem sempre, conhecem tradução em português, cristalizando-se assim mesmo.

Excluindo os velhinhos vocábulos ‘date’ (encontro), ‘approve’ (aceitar), o ‘remove’ (remover) ou ‘delete’ (apagar) e o sexting (mensagens de cariz sexual), bem difundidos um pouco por toda a parte, há um manancial de palavras novas que que convém conhecer se se navega nestas águas múltiplas e nem sempre calmas. Sim, porque se o amor já não era um tema fácil, agora ganha novas complexidades.

Para que não se perca nos estrangeirismos em matéria de romance, eis um possível guia de vocábulos para saber o que quer e o que querem de si. Percorra a galeria acima e conheça as quase duas dezenas de palavras que estão a dominar as aplicações de encontros e que explicam muitos dos comportamentos misteriosos.

Imagem de destaque: Shutterstock