“Ela não”. Dior celebra a mulher livre e combate patricarcado

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[Fotografia: Bertrand GUAY / AFP]

Em toda a sala, em gigantes painéis, desfilam, alternadamente, mensagens sobre e para as mulheres: aquelas que ainda recordam a célebre mulher perfeita, mas também as que lembram que é tempo de acabar com a sujeição ao patriarcado. Foi assim que a Dior se apresentou, nesta terça-feira, 26 de setembro, na Semana da Moda de Paris.

Em tons de fúcsia e amarelo, o cenário hipercolorido da casa de luxo francesa Dior, nas mãos da diretora criativa Maria Grazia Chiuri, contrastava com apresentação que apostou no branco, no preto, nas transparências, nas rendas trabalhadas e sugestivas, nos assimétricos e nos tons acastanhados dos casacos.

Nos rostos, a maquilhagem proposta para a estação primavera/verão 2024 apresentou-se ténue, a deixar ver claramente a mulher que ali está. Já nos pés, saltos muito baixos ou mesmo rasos, sabrinas com laçadas pela perna acima trouxeram o argumento do conforto para o pronto-a-vestir de luxo.

Sob o mote “ela não”, mensagem repetida nos videowalls, combateu-se o “patriarcado”, pediu-se para “reverter os espelhos”, para “ouvir os corpos”, mostrou-se o que “está bem e está mal” no universo feminino. Também em fundo eram mostrados cartazes de mulheres, donas de casa perfeitas que recordavam o passado e contrastavam com estas frases de ordem: “Queremos filhos, mas também queremos rosas”, lia-se no design visual da autoria da artista italiana Elena Bellantoni.

Esta nova proposta de Chiuri para a Dior mantém bem viva a mensagem de empoderamento que a designer trouxe à casa de luxo desde que lhe tomou as rédeas. Recorde-se que uma das suas primeiras coleções, em 2017, tinha por título We should all be Feminist (Deveríamos ser todas feministas, em tradução literal).

Um ano depois e em Lisboa, Maria Grazia Chiuri clarificava – a já sem sombra de dúvida – a sua atitude relativamente ao empoderamento das mulheres. As mulheres Dior podem ser femininas de uma forma forte”, disse Chiuri em Lisboa, acrescentado que “cada mulher tem varias várias facetas diferentes”. “E eu quero mostrá-las”, sublinhou.