Kristen Stewart, Rosalía e Emma Watson juntas no calendário Pirelli 2020

São três dos nomes emblemáticos do mais célebre calendário do mundo e que acaba de divulgar as primeiras imagens de bastidores do que se pode esperar para 2020. O fotógrafo Paolo Poversi foi o escolhido para retratar estrelas como a cantora catalã Rosalía ou as atrizes Emma Watson e Kristen Stewart. Mas elas são apenas três dos muitos nomes de mulheres reais – tal como tem sido recorrente nos últimos anos, no calendário Pirelli – que se juntam para este evento anual.

Romeu e Julieta, uma das obras maiores de William Shakespeare, serve de tema de base a esta iniciativa que coloca o casting de estrelas na pele da malograda protagonista. As sessões fotográficas foram feitas ente Verona e Paris.

“Não há um Romeu aqui”, explicou o fotógrafo à edição norte-americana da revista Vogue. Roversi quis “apenas” retratar as “Julietas que aparecem nas audições, respondem a perguntas e revelam suas próprias versões da personagem antes de lerem uma passagem da tragédia”.

“Todas trouxeram intensidade e muitas emoções a um projeto que, acima de tudo, glorifica a beleza e o amor”, afirmou Paolo Roversi

O fotógrafo revelou ainda que “foi emocionante ver atrizes deste nível a interpretar a personagem como se se tratasse de um primeiro casting”. “Há algo de muito inocente, ingénuo e sincero”, descreveu. “Todas trouxeram intensidade e muitas emoções a um projeto que, acima de tudo, glorifica a beleza e o amor”, acrescentou Roversi.

As atrizes e manequins Claire Foy, Yara Shahidi, Indya Moore e Stella Roversi são alguns nomes que se juntam a esta produção que quis contar, conta o fotógrafo, com “mulheres que representassem mulheres atuais e de diferentes países e culturas”.

Recorde-se que o primeiro calendário foi lançado há 55 anos, em 1964. Houve um no ano anterior, mas acabou por não ser divulgado. De volta a 64, Robert Freeman em Palma de Maiorca surgia rodeado de mulheres em biquini e em poses sensuais dando as boas-vindas aos vários meses do ano. Um calendário que era depois distribuído aos melhores clientes da marca de pneus Pirelli.

Durante décadas, esperava-se muita sensualidade, só não se sabia com quem, nem à boleia de que narrativa. Em 2015, a carga erótica da lente de Steven Meisel estava lá, mesmo com manequins vestidas.

No entanto, esta história iria mudar em 2016, quando a fotógrafa Anne Leibovitz foi convidada para a edição desse ano. As modelos saíram de cena e deram o lugar às mulheres reais – entre elas Amy Schumer e Serena Williams -, prova certa da diversidade feminina numa película a preto e branco, com muita pele à mostra mas despida da tradicional sexualização da mulher.

No ano seguinte, Peter Lindberg prometeu não usar retoques na pós-produção para aperfeiçoar as imagens de nomes como Nicole Kidman, Helen Mirren, Uma Thurman ou, entre outras atrizes de Hollywood, Julianne Moore.

E se este ano as mulheres procuram Julieta, no ano passado o tema girava em torno de Alice no País das Maravilhas, obra de Lewis Carroll. A lente de Tim Walker voltou a trocar a sexualidade de outros tempos por fragmentos da história interpretados por modelos, ativistas e atores e atrizes negros como forma de despertar consciências para a subrepresentação desta comunidade no universo da moda.

Imagem de destaque: Montagem/Pirelli

Calendário Pirelli: a nudez já não é o foco da lente