Lembra-se do ‘ghosting’ nas relações? Pandemia faz pior e cria o ‘zumping’

pexels-pixabay-265685 (1)
[Fotografia: Pexels]

Acabar um relacionamento nunca é fácil, ter uma última conversa, dar explicações. E tal sucede em qualquer fase das relações. Porém, há formas mais e menos amistosas de dizer adeus a um amor, um romance, uma paixão ou mesmo ainda a uma promessa de uma relação que estava a dar os primeiros passos.

O confinamento gerado pela pandemia da covid-19 está a gerar, há já quem fale assim mesmo, uma das formas mais cruéis de por termo a um relacionamento, esteja ele a iniciar-se ou mais avançado.

Zumping é o resultado de dumping (largar, em tradução literal) e Zoom, a plataforma amplamente usada em tempo de confinamento para trabalhar, para estar com os amigos, para rever família e, claro, para namorar.

De acordo com os especialistas, mais do que a plataforma, também a mensagem de rutura muda. O derradeiro adeus chega por videoconferência, uma de muitas, e coloca a questão de perceber se de facto, mesmo olhando a pessoa, a conhecemos verdadeiramente. As comparações com o ghosting (desaparecer sem deixar rasto) e soft ghosting (deparecer com elegância) já se fazem ouvir, com muitos a alegar que o zumping é bastante mais violento por permitir que a responsabilidade emocional se dilua num espaço de comunicação frio e que permite escapatórias sem maiores justificações. Os intervenientes até podem estar a olhar um para outro, mas basta um para fechar a janela de conversação.

Também há quem compare o zumping ao fim por telefone, considerando que ao método de rutura que nasceu com o confinamento é ainda psicologicamente mais agressivo.

Quanto à modalidade, a expressão foi cunhada no Reino Unido pelo jornal britânico The Guardian, em 2020, e após a revelação de um testemunho desta natureza.