Melinda Gates quer pôr os homens a trabalhar em casa. Pelo menos é isso que pede na mensagem anual que ela e o marido, Bill Gates, enviaram esta semana ao mundo. O casal com uma riqueza avaliada em 75,8 biliões de dólares, resultantes da criação da Microsoft, faz questão de gravar um vídeo de alerta, a cada ano, para as questões que os preocupam enquanto presidentes da Gates Foundation.
Nesta declaração presidencial, Melinda Gates escolheu o tema falta de tempo que segundo a própria afeta todas as mulheres do planeta:
“Globalmente, as mulheres gastam em média 4 horas por dia a fazer trabalho não pago. Na Índia gastam 6. As desigualdades não são tão grandes nos países desenvolvidos mas não há um único país no mundo em que os homens passem tanto tempo a fazer o trabalho não pago que faz com que as sociedades avancem.”
Para a milionária, o problema do desequilíbrio de responsabilidades domésticas está a retirar as mulheres da escola, do mercado de trabalho e, com isso, levando as oportunidades de sairem da pobreza e afastando potencial humano para desempenhar tarefas em que cada um é mais competente, independentemente do género.
“A não ser que as coisas mudem, as raparigas de hoje passarão centenas de horas a mais do que os rapazes a fazer trabalho não pago, simplesmente porque a sociedade assume que é sua responsabilidade”.
Mas, segundo Melinda Gates, o problema tem solução: os RRR. O que é isto? Reduzir as responsabilidades das mulheres (fazendo chegar água, eletricidade a todas as casas e eletrodomésticos), Reconhecer que temos conceções erradas sobre os papéis dos dois sexos e Redistribuir, ou seja, partilhar as tarefas do lar. Diz ainda a presidente da Gates Foundation que, quando isto acontecer, todos ficam a ganhar: mulheres e homens.
Conheça os números da desigualdade em casa em Portugal