Mulher condenada por homícidio depois de dar à luz nado-morto foi absolvida

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Evelyn Hernández tinha 18 anos quando foi violada por um gangue em El Salvador e, sem saber que estava grávida, dava à luz meses mais tarde a um bebé sem vida. Perante as duras leis anti-aborto daquele país, a jovem foi acusada de ter interrompido intencionalmente a gravidez, numa primeira instância, e mais tarde de homicídio agravado. Foi condenada a 30 anos de prisão, sentença que foi agora revista e que lhe devolveu a liberdade.

“Graças a Deus a justiça foi feita”, dizia, esta segunda-feira, Evelyn à porta do tribunal, já depois de ouvir a sentença do novo julgamento que lhe foi concedido após a equipa de defesa ter apresentado provas que garantiam a sua inocência. A jovem, que já havia cumprido 33 “duros” meses de prisão pela sentença anterior, confessou à agência de notícias AFP “querer seguir com a sua vida e continuar a estudar”.

Já a sua advogada de defesa Bertha Maria Deleon lembrou no Twitter que a luta está longe de terminar, lembrando as muitas mulheres condenadas injustamente em El Salvador por alegadas práticas de aborto e uma justiça pouco recetiva a rever os seus casos. Também A Amnistia Internacional reagiu ao veredito, considerando-o uma “estrondosa vitória dos direitos das mulheres em El Salvador“, pedindo ainda ao governo para terminar com a “condenável e discriminatória prática de criminalizar as mulheres”.

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