Publicidade Continue a leitura a seguir

Obesidade compromete o olfato, diz a ciência

Percorra a galeria e fique a conhecer alguns dados relativos à obesidade, uma verdadeira epidemia global e nacional. Uma doença que denuncia hábitos que afetam sobretudo as mulheres e os que têm menos recursos [Fotografias: Shutterstock]
“Quase todas as mulheres obesas que recebemos em consulta acabam por ter uma alimentação feita de hidratos de carbono e gorduras, porque dão as proteínas aos filhos”. Quem o diz é Mariana P. Monteiro, médica endocrinologista e membro da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade
"Estas mulheres acabam por seguir o instinto de dar o melhor primeiro aos filhos e ficar com o que sobra para elas”, prossegue a especialista.
Em Portugal, 22,3% da população é obesa e 34,8% é pré-obesa. Ou seja, falamos de bem mais de cinco milhões de pessoas que estão a lidar com a doença
“A diferença de prevalência da doença por género é de apenas 4,2%, sendo mais frequente nas mulheres (24,3%). No entanto, elas representam 85% das consultas de obesidade e de tratamento cirúrgico", analisa Mariana P. Monteiro
Os medicamentos para tratamento de obesidade não são comparticipados e custam, em média e para uma obesidade de nível 1 - a mais baixa e mais reversível de tratar - cerca de 200 euros mensais. 200 euros mensais. Ora, isto significa 35% de um ordenado mínimo nacional (580 euros em 2018), num país onde as mulheres, em média, ganham menos 165 euros que os homens.
A alimentação da mãe durante a gravidez pode ser definidora da propensão para a obesidade do filho ou filha, vinca Mariana P. Monteiro
Mais de 58% da população obesa em Portugal estava desempregada, reformada ou inativa em 2014, refere fonte oficial.
Em Portugal, cerca de 28,5% das crianças entre os dois e os dez anos têm excesso de peso, sendo que cerca de metade (12,7%) são já consideradas obesas
A obesidade está associada a um decréscimo da esperança média de vida, incluindo doenças cardiovasculares, hipertensão, AVC, apneia do sono e cancro [Fotografia: Shutterstock]
"680 milhões são quanto o estado gasta por ano a tratar doenças associadas à obesidade. E não à obesidade diretamente", lembra Carlos Oliveira, presidente da Associação de Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO), citando um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública [Fotografia: Shutterstock]
Há medicamentos que não foram autorizados pela Europa, mas que, tendo sido noutros paises, estão a ser comprados online e consumidos por portugueses, alerta o presidente da ADEXO [Fotografia: Shutterstock]
Estima-se que, em 2025, mais de 50% da população seja obesa. Importante lembrar que a distribuição de alimentação ainda é muito desigual no mundo inteiro [Fotografia: Shutterstock]
Quase 60% da população portuguesa tem obesidade ou pré-obesidade, segundo estudo realizado entre 2015 e 2017. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, há 1,4 milhões de pessoas obesas em território nacional [Fotografia: Shutterstock]
Investigadora do Imperial College of London e ginecologista, Maria Kyrgiou, correlaciona obesidade com cancro e em particular nas mulheres. "O do ovário está a subir no Reino Unido e tal está ligado à obesidade", afirmou a professora aos jornalistas, num workshop que decorreu estar quatra-feira, 16 de maio, Na lista, estão ainda os cancros do útero, da mama e endométrio [Fotografia: Shutterstock]

Publicidade Continue a leitura a seguir

A revelação chega diretamente da Universidade de Otago, da Nova Zelândia, e traz um dado relativo à obesidade, no mínimo, peculiar. Os investigadores concluíram que há uma ligação entre o peso a mais e a capacidade olfativa, dados publicado na revista Obesity News.

Ora, segundo a publicação científica citada pelo Medical News Today, o estudo passou pela recensão de 38 investigações que faziam essa mesma ligação e à qual relacionaram os dados recolhidos junto de 1432 indivíduos em análises olfativas “empíricas e estudos clínicos espalhados pelo mundo”.

De acordo com a investigação, existe uma correlação negativa entre a função olfativa e o peso. Os pacientes com bypass gástrico reportam também, lê-se no mesmo documento (e que pode consultar no original aqui), alterações ao nível do olfato que se tornam mais evidentes logo a seguir a alterações de peso.

Segundo as mesmas conclusões, há fortes indícios de que a ligação entre o olfato e a obesidade, e que a cirurgia bariátrica é uma ajuda efetiva na reversão da perda daquele sentido.

Os investigadores deste trabalho, que reúne vários estudos feitos pelo mundo, considera que esta análise traz uma nova luz sobre as multirelações que existem entre o metabolismo e olfato, podendo daqui advir novos métodos de abordagem à obesidade e ao tratamento da mesma. Uma doença que está em expansão em todo o mundo e em que Portugal está muito – e cada vez mais – longe de ser a exceção.

Há mais mulheres obesas do que homens em Portugal pela primeira vez

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade a nível mundial quase triplicou em pouco mais de 40 anos, desde 1975. Em 2016, eram quase dois mil milhões os adultos com peso a mais no mundo inteiro (a população mundial total é de 7,5 mil milhões). Daquele quase 1/4 de pessoas no mundo, 650 milhões são mesmo obesos.

Ainda referente ao mesmo ano em análise (2016), a OMS indica existirem 41 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade que já integram as estatísticas do peso a mais e da obesidade. Na galeria acima, fique a conhecer ao detalhe estes e outros dados sobre esta verdadeira epidemia global.

Imagem de destaque: DR

Dieta: É isto que tem de comer a seguir ao Natal

Mulheres pobres ficam obesas porque dão os melhores alimentos aos filhos