Se comer até quatro vegetais por dia o risco de ter AVC desce 23%

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[Fotografia: Sam Lion/Pexels]

Para fornecer ao público uma ideia simples e direta dos estudos que analisam a relação entre o consumo de determinados produto e os riscos que os mesmos comportam para a saúde humana, um grupo de investigadores propõe um sistema de pontuação que estabelece uma correlação entre ambos fatores.

Para investigar a relação entre uma dieta rica em vegetais e saúde, os cientistas do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) dos Estados Unidos da América, compararam 50 estudos baseados em questionários com 4,6 milhões de participantes em 34 países.

Entre as conclusões, ficou estabelecido que se a ingestão diária do número de vegetais aumentar de zero para quatro, tal representa uma redução de 23% no risco de acidente vascular cerebral isquêmico. A relação entre comer vegetais e diabetes (categoria 2) recebeu apenas uma estrela.

No âmbito da análise do IHME e na pesquisa de estudos publicados em 180 áreas, o resultado, divulgado nesta segunda-feira, 10 de outubro, mostra uma grande disparidade de dados, e que estão assinalados por um esquema de pontuação de zero a cinco estrelas

O surpreendente foi descobrir a escassa relação entre alguns hábitos alimentares e os malefícios à saúde, confessou um dos autores do estudo, Christopher Murray, que dirige o IHME.

Por exemplo, a ligação entre tabagismo e cancro de pulmão recebe uma classificação de cinco estrelas, o que significa uma ligação totalmente comprovável e um perigo evidente. Por outro lado, a relação entre comer carne bovina e risco de ataque cardíaco recebe apenas uma estrela, pois “não há provas científicas de que tal associação exista”, explicou o estudo. Quanto à ligação entre carne vermelha e cancro de cólon, mama ou diabetes, esses estudos recebem uma classificação de duas estrelas. “Estou muito surpreso com a fraqueza de muitos dos resultados que ligam dietas a riscos” à saúde, explicou.
Murray alertou, nma entrevista coletiva, que “toda a gente presta atenção ao último estudo publicado” quando os resultados “muitas vezes variam de preto para branco”.

Em reação a estas conclusões, vários cientistas como Kevin McConway, da Open University do Reino Unido, alertaram para o facto de tais classificações de estrelas “correrem o risco de serem muito vastas”.Duane Mellor, da Universidade Aston do Reino Unido, acredita que os resultados do estudo “não são inesperados” porque os problemas de saúde são causados por produtos de carne altamente processados, como salsichas, em vez de carne crua.

O IHME planeia manter seu ranking atualizado com estudos posteriores e, em breve, publicará outros rankings relacionando a saúde a fatores como ingestão de álcool ou poluição do ar.