Arranjos de costura vão custar entre 3 e 20,5 euros na Zara

Zara Rua de Santa Catarina
[Fotografia: Ivan Del Val/Global Imagens]

Aquela peça antiga que gosta mas que tem fecho ou as costuras estragadas, os botões que já caíram e estão sem par e outros arranjos de roupa e acessórios da Zara vão poder começar a ser reparados a partir de 12 de dezembro.

Em explicações à Delas.pt, fonte oficial da Inditex revelou que “as reparações podem custar entre 3 a 15 euros”, com um custo acrescido de “recolha na morada de 5,5 euros”. No caso das lojas do Centro Comercial Colombo e NorteShopping, as peças podem ser entregues diretamente, prescindindo da última parcela. No resto do país, a taxa de 5,5 euros vai manter-se, devendo a submissão do serviço ser feita online.

Estima-se que os trabalhos de reparação das peças – colocar botões, fazer bainhas, colocar fechos e outros serviços desta natureza – estejam prontos “em 14 a 15 dias” e serão feitos “por duas empresas fornecedoras nacionais”.

O novo segmento Pre-Owned estará disponível no menu principal de Zara.com e vai contar, para lá da reparação, com mais dois tipos de serviços: a venda e a doação. Na primeira possibilidade há “a oportunidade de vender as peças de roupa Zara de qualquer coleção”, numa estrutura “organizada por categorias de produto com informação detalhada de cada artigo, entre a qual se encontra a informação original da Zara sobre a peça de roupa e as imagens atuais proporcionadas pelo vendedor”.

No caso da venda, fonte oficial da Inditex revela que não há custo para quem vende, mas sim para quem compra. “O cliente define o preço da peça que quer vender, a que acrescerá o gasto de envio de 3.95 euros e mais um euro e 5% do valor da venda, ambos para suportarem a logistica da plataforma”, especifica.

Quanto à doação, fonte oficial afirma que “os clientes podem solicitar a recolha ao domicílio de roupa usada para ser doada a entidades sem fins lucrativos. Estas encarregar-se-ão de a classificar para serem reutilizadas, sempre que seja possível, ou então reciclá-las se estas chegaram ao fim do seu ciclo de vida, apoiando o desenvolvimento de projetos nas comunidades locais. Este serviço aceita produtos de qualquer marca”, lê-se.

Também aqui há que ter em conta os custos e o peso. “Há o valor de 1,95 euros para o preço da recolha”, detalha fonte oficial à Delas.pt. “Há uma recomendação de que o peso da doação não tenha mais do que cinco quilos. Mas se tiver, a encomenda deve referi-lo para que o estafeta tenha isso em consideração quando a for recolher”.

 

A plataforma Pre-Owned chega a Portugal e a países como Espanha, Alemanha, Áustria, Bélgica, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Finlândia, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo e em Países Baixos. Um alargamento da experiência depois de estar em marcha no Reino Unido há um ano e em França desde setembro.

Recorde-se que neste último trimestre de 2023, o governo francês tinha anunciado que iria começar a pagar um bónus para incentivar as pessoas a repararem as roupas e sapatos danificados, em vez de os deitarem fora ou comprarem novos. “A partir de outubro, os consumidores poderão ser apoiados no arranjo das suas roupas e sapatos”, afirmava, então, a secretária de Estado para a ecologia, Berangere Couillard, durante uma visita às instalações parisienses de La Caserne, um centro de moda responsável. A governante convidou “todas as lojas de costura e sapateiros a aderir ao sistema”, para serem rotulados pela organização ecológica Refashion.

Também a União Europeia tem vindo a definir legislação para diminuir o desperdício no setor da moda e promover a circularidade. Em março do ano passado, deu luz verde a uma diretiva segundo a qual os fabricantes teriam de garantir, por exemplo, que as roupas fossem ecológicas e resistentes, com informação aos consumidores de como reutilizar, reparar e reciclar as suas peças de vestuário.

Já esta terça-feira, 5 de dezembro, a iniciativa conheceu novo desenvolvimento – com a aprovação do Parlamento Europeu e dos Estados-membros – no sentido de proibir a destruição de roupa e calçado não vendido.