Scarlett Johansson critica James Franco: “Quero o meu pin de volta”

A atriz Scarlett Johansson lançou fortes críticas ao ator James Franco, durante o seu discurso na Marcha das Mulheres, que decorreu este sábado, 20 de janeiro, em Los Angeles. A atriz foi uma das celebridades que participou na marcha de protesto que assinalou um ano de presidência de Donald Trump.


Veja na fotogaleria, em cima, imagens da Marcha das Mulheres (Women’s March)


Apesar de as políticas do presidente dos Estados Unidos serem o principal alvo da manifestação, as atrizes presentes lembraram a questão do assédio sexual e a importância dos movimentos #metoo e da iniciativa Time’s Up.

Foi precisamente esta última que levou Johansson a apontar o dedo ao ator James Franco, acusado de assédio por cinco mulheres. Sem referir o seu nome, a atriz criticou os homens que se associaram a estes movimentos mas que tiveram os comportamentos que aqueles pretendem combater.

“A minha cabeça está confusa, como é que uma pessoa pode defender publicamente uma iniciativa que apoia vítimas de assédio sexual enquanto se aproveita de pessoas que não têm poder?”, questionou, acrescentando, “quero o meu pin de volta”, expressão dirigida diretamente a James Franco, que usou o pin da organização na última cerimónia dos Globos de Ouro. Foi, de resto, este facto, que levou as cinco mulheres, uma ex-namorada e quatro antigas alunas do ator, a virem a público acusá-lo de assédio e de hipocrisia. James Franco negou as acusações.

Mas Scarlett Johansson também não se livra de críticas. Apesar de falar publicamente contra o assédio, a atriz tem mantido o silêncio sobre as denúncias de abuso sexual de Dylan Farrow contra Woody Allen.

Ao longo dos anos, o realizador tem sido acusado, pela sua filha adotiva, de ter abusado sexualmente dela quando era criança. Dylan Farrow voltou a falar sobre o seu caso, com o movimento #metoo, e pedindo que este seja reconhecido como foram os dos abusos cometidos pelo produtor Harvey Weinstein.

Várias atrizes que trabalharam com Woody Allen vieram recentemente a público prestar apoio a Dylan Farrow, algumas doaram o salário que ganharam nos filmes do realizador, a instituições que apoiam mulheres, outras, como Ellen Page – e mais recentemente o ator Colin Firth – afirmaram que não voltarão a trabalhar com o realizador.

Scarlett Johansson, que entrou em vários filmes de Woody Allen, ainda não voltou a falar sobre as acusações feitas ao diretor. A última vez que o fez foi em 2014, para o defender. Numa entrevista ao ‘The Guardian’, pediu que não se fizessem julgamentos na praça pública sobre assuntos que não foram julgados em tribunal.

“Não sei nada sobre isso. Seria ridículo fazer qualquer tipo de assunção de qualquer tipo. Penso que é irresponsável pegar numa série de nomes de atores que têm o nome no Google e de repente atirar o seu nome para uma situação sobre a qual nenhum de nós sabe e comentá-la. Para mim isso é irresponsável”, afirmou na altura.

Imagem de destaque: Shannon Stapleton/Reuters