“Não consegues mudar a estrutura de uma história, mas se puderes contribuir para não continuarmos a ser as mesmas tolinhas, acho que já merecemos”. A frase é da atriz Dalila Carmo que considera que a ficção nacional tem de mudar de paradigma na forma como retrata as personagens femininas nas produções.
Com décadas de trabalho em novelas e atualmente com contrato de exclusividade com a TVI, Dalila Carmo, de 49 anos, não nota assim tanta evolução na ficção nacional. “Já perceberam o papel das mulheres na ficção, que continuam todas à batatada umas contra as outras por causa de um gajo, e ele é sempre o coitadinho, é o prémio, é a vítima”, afirmou em conversa na quarta-feira, 7 de fevereiro, com As Três da Manhã, o formato matutino da Renascença.
“As mulheres queimam-se umas às outras, arrancam cabelos, matam-se, chamam nomes, depois ele fica… Isto é surreal, as pessoas estão um bocadinho desligadas do mundo e desta evolução que deveria acontecer”. Temos obrigação de fazer parte da mudança, de tentar alterar paradigmas”, clama a atriz que pede “mais promoção dos conteúdos”, lembrando que Portugal é um país em que “os orçamentos são sempre muito limitativos no cinema, televisão. Não temos os mesmos plafond das outras realidades audiovisuais europeias”.