Nuno Lopes acusado de violação 17 anos depois. Porquê agora?

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A M Lukas e Nuno Lopes [Fotografia: Montagem AM Lukas Phillip Faraone/ Getty Images North America/ AFP e Pedro Granadeiro/Arquivo Global Imagens]

A guionista e realizadora Anna Martemucci, conhecida como A.M Lukas, processou o ator português Nuno Lopes, de 45 anos, esta segunda-feira, 20 de novembro, acusando-o de a “drogar e violar” a 28 de abril de 2006, após um evento que terá tido lugar no quadro do festival de cinema norte-americano Tribeca.

Uma acusação que chega 17 anos depois e que dá entrada no tribunal a quatro dias do fim do enquadramento legislativo especial de um ano de duração, intitulado The Adult Survivors Act [Lei dos Sobreviventes Adultos, em tradução literal] e que permite às vítimas de alegados crimes sexuais, cujo prazo de apresentação de queixa já expirou, submeterem queixa em tribunal. Este quadro jurídico especial entrou em vigor a 24 de novembro de 2022 e termina a 24 de novembro deste ano.

A realizadora e guionista, que alega que a presença de Nuno Lopes na série da Netflix funcionou como gatilho para recordar este evento traumático, vem agora requerer ao tribunal que aplique uma indemnização por danos patrimoniais e morais, incluindo a “compensação por danos físicos e psicológicos causados”, “juros antecipados e pós-julgamento sobre todos os valores devidos” e outras custas que o tribunal considere adequadas.

Esta ação judicial interposta contra o ator português foi posta a correr no tribunal de Nova Iorque e na qual Martemucci, ao longo de 14 páginas, alega que, recém saída da faculdade, estava a participar da festa de estreia de uma amiga quando conheceu Nuno Lopes, ator que atualmente integra a série da Netflix White Lines, e que este lhe terá posteriormente alterado a bebida, que o corpo foi ficando estranhamente pesado, apesar do que bebeu, e que ficou inconsciente, tendo sido levada para o apartamento dele. Na acusação, que pode ler no original aqui, A.M Lukas refere que se recorda de acordar, de ter sido violada, num ato sexual detalhado em diversos momentos, de ter sido chamado um táxi, tendo-lhe sido alegadamente “dados 30 dólares e o número de telefone”, refere a acusação.

Em comunicado emitido esta manhã de terça-feira, 21 de novembro, o ator revela que recebeu “com surpresa” carta dos EUA a fazer pedido monetário e nega todas as acusações. “Estou de consciência absolutamente tranquila”.

“Sou moralmente e eticamente incapaz de cometer os atos de que me acusam. Jamais drogaria alguém e jamais me aproveitaria de uma pessoa incapacitada, quer por excesso de álcool ou por influência de quaisquer outras substâncias. Nem hoje nem há 17 anos”, afirma, numa nota que pode ler na íntegra aqui.