Cuidadores: Governo aprova “medidas de apoio”, mas só as apresenta para a semana

Estas são as linhas gerais divulgadas pelo Conselho de Ministros aprovou, esta quinta-feira, 7 de fevereiro, a proposta de lei que “estabelece um conjunto de medidas de apoio ao cuidador informal e regula os direitos e os deveres do cuidador e da pessoa cuidada”. Reconhecimento da”importância do cuidador informal” e valorização da “dedicação pessoal na prestação de cuidados a quem se encontra, a seu cargo, em situação de dependência e/ou incapacidade”.

Este diploma, cuja versão detalhada não foi conhecida, vai ser submetido à Assembleia da República. Ouvido o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, fonte oficial não revela quaisquer medidas que constem da proposta agora aprovada e remete mais explicações para breve. “A apresentação do diploma será feita para a semana”, reitera ao Delas.pt, sem mais detalhes.
Mas, de acordo com o que é dito comunicado do Conselho de Ministros, não estão respondidas, nem especificadas respostas à maioria das reivindicações feitas na petição pela criação de uma Estatuto do Cuidador e que deu entrada no Parlamento, há três anos.

Em Portugal, estima-se que a situação atinja 800 mil pessoas, sobretudo mulheres e que o trabalho que realizam poupa anualmente ao estado português o equivalente ao que foi alocado ao Banco Espírito Santo.

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Em declarações ao Delas.pt, Anabela Lima, ex-gerente, uma das subscritoras da petição e com o marido a cargo, ambicionava que “os anos dedicados a tratar dos familiares contassem para a reforma”, que “houvesse flexibilidade do horário laboral por forma a conseguir ir buscar os familiares aos centros de dia”, que “o acompanhamento hospitalar fosse revisto”. “Não nos deixam estar com o nosso parente nas urgências, mesmo quando eles não falam, quando não conseguem responder, se chamados. Eles não falam, não respondem…”

Na galeria acima, conheça alguns benefícios que existem em países europeus e não só para os que têm familiares a cargo. Abaixo, confira os subsídios existentes em Portugal, todos eles atribuídos à pessoa que é cuidada e não a quem está por perto a acompanhar quem precisa.

Também esta manhã de quinta-feira, a líder centrista, Assunção Cristas, afirmou que irá apresentar “em breve” o seu projeto de lei sobre Estatuto de Cuidador Informal que prevê “soluções diferentes para problemas diferentes”, mas sem prometer o que não é possível dar.

A presidente do CDS enumerou algumas das linhas gerais do projeto de lei que será apresentado no parlamento para ser discutido em simultâneo com o do Governo, do PCP e do BE.

Para problemas diferentes de doentes a ser cuidados por familiares, por exemplo, tem de haver “soluções diferentes”, acautelando-se questões laborais para quem tenha de passar mais tempo com o doente de quem cuida. Ou ainda o período de duas semanas de descanso para quem é cuidador, podendo ficar em aberto a opção de a pessoa contratar alguém neste período ou optar por internar o doente numa instituição especializada, nesses quinze dias.

“Não prometeremos o que não conseguimos dar”, afirmou à Lusa no final de um debate de cerca de duas horas que juntou, na sede nacional do partido, em Lisboa, associações ligadas ao problema dos cuidadores.

A líder dos centristas não entrou em detalhes sobre o projeto, nomeadamente quanto a verbas, dado que “é o Governo que pode fazer as contas, para dizer que dinheiro dar, em que circunstância e como“.

Imagem de destaque: DR

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