Semana da Moda de Paris encolhe ainda mais a roupa e tira-lhe a cor

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[Fotografia: Geoffroy Van der Hasselt / AFP]

Do uso de roupas íntimas assumidas e para sair à rua até as paletas de cores mais suaves de grandes marcas, a Semana da Moda de pronto a vestir de Paris, para a próxima Primavera-Verão chegou com transparências, mas também muitos sapatos rasos, empoderamento feminino, maquilhagem nude e lábios bem vampirescos.

Já no que diz respeito aos acessórios, há memórias para usar e abusar na mão e ao tiracolo e tranças de múltiplos feitios e formas originais para explorar nos meses do calor.

A lingerie é para assumir: Parecerá estranho andar na rua assim, mas as propostas continuam a apostar nesta possibilidade, que chegou timidamente no verão de 2021, e que agora parece impor-se sem limites. A designer Stella McCartney combinou blusas largas de seda com peças íntimas com cristais incrustados, Victoria Beckham apresentou conjuntos que se assemelhavam à camisolas ou fatos de banho e meias, enquanto Dries Van Noten propôs fatos de banho tigresse cobertos por sobretudos.

O futuro e o passado: Naomi Campbell piscou o olho aos tempos que aí vêm ao desfilar para a Coperni com um dispositivo usável de Inteligência Artificial e que será apresentado em novembro. Chanel e Louis Vuitton reinterpretaram o passado e inspiraram-se em máquinas fotográficas antigas, que agora são .clutches

Verão menos colorido: Christian Dior, Saint Laurent, Loewe, Victoria Beckham e o aclamado recém-chegado Peter Do estiveram entre as muitas marcas que exibiram paletas mais sóbrias, por vezes monocromáticas. Houve até quem criticasse a falta de cor: “Onde estão as cores? Onde estão as ideias, além das que vêm de arquivos?”, apontou a crítica de moda Cathy Horyn, agora no The Cut, da New York Magazine, citada pela AFP.

Balmain, e depois do roubo? A dez dias de se apresentar em Paris, a Balmain revelou que tinham sido furtadas 50 peças que iriiam ser mostradas na semana da Moda. Porém, a casa trouxe flores para a passerelle: Uma modelo que parecia quase submersa num bouquet vermelho, outra que exibia um redemoinho de penas douradas com rosas nas pontas e uma variedade de tops, vestidos e minissaias estampados, além de algumas criações florais elaboradas e brilhantes.

Ativismo ecológico: Hermès montou uma das cenografias mais icónicas, entre flores silvestres e ervas altas, que foi palco de protestos da PeTA, que se pronunciou contra o uso de pele de crocodilo. Em contrapartida, Stella McCartney roubou a cena com “inovações em materiais cruelty-free (livres de crueldade)”, com elementos promovendo inovações como couro vegan, algodão orgânico e fios à base de algas marinhas.

Com AFP